O "Jornal de Notícias" voou num avião da Red Bull Air Race. Velocidade e vertigem são as palavras que definem uma experiência que muitos só veem do chão.
Corpo do artigo
Sete cintos a agarrar-me e um paraquedas. "Claro que não vais precisar", sorri o piloto Dario Costa. Não é permitido ir de saltos altos e o capacete é obrigatório. "Estou aqui para te fazer feliz e não para te deixar doente". A convicção das palavras do italiano, que começou a voar aos 16 anos, esbarra nas mãos trémulas que se convencem a entrar num avião Extra 330 LX para experimentar altas velocidades e manobras vertiginosas.
Junto ao aeródromo de Vilar, na Maia, algumas centenas encostam-se à vedação para cheirar as habilidades prometidas para o fim de semana. Descolamos. E o coração parece que pára. Lá em cima, é tudo demasiado rápido, vertical, acelerado. "Estás bem? Agora vou inverter o avião". A mente luta para se manter acordada e de repente, só um vidro e mais nada por debaixo do corpo. Foi tão rápido. Às voltas, tão rápido (deixei de olhar para o velocímetro quando passamos os 200 km/h). "Parabéns, acabaste de experimentar o impacto de 5.3 de força G". Coloco o microfone bem perto dos lábios para perguntar a Dario quantas horas tem de voo. "4500" e volto a gritar mais uma vez: "Isto é espetacular", como se pudesse dizer outra coisa.
Dario tem 37 anos. Para o ano conta correr na categoria Challenger. É um piloto da casa, anda a "experimentar o que nunca foi feito, manobras novas, a maior velocidade"."Sobrevivemos", exclamo ao aterrar. Dario sente-se feliz no ar. "O Porto é uma cidade super gira. O rio é estreito e tem pontes altas, o que é bom para os espectadores que têm uma vista fantástica da prova". Oxalá na próxima Dario me deixe ver o Douro de pernas para o ar.