Espaço tinha capacidade para 70 pessoas no interior. Reabre com apenas 26 lugares, mais a esplanada.
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A falta de confiança dos clientes é a única preocupação de Pedro Fernandes, dono do restaurante Buxa, que realizou uma grande operação de logística para poder reabrir, na segunda-feira, o estabelecimento do centro histórico de Guimarães.
O espaço tinha capacidade para 70 pessoas, mais lugares de esplanada, mas fechou em meados de março. Com o takeaway inviável porque os carros não podem parar junto ao Centro Histórico, o negócio paralisou e a reabertura com 26 lugares interiores passa a ser, agora, a esperança. A esplanada também abre, mas a lotação está a ser definida com a Câmara.
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À entrada do Buxa, logo se percebe que as regras de higiene são apertadas. O aviso para o uso obrigatório de máscara está junto ao dispensador de álcool-gel acionado com o pé. Os clientes que solicitarem podem ver medida a temperatura corporal e os funcionários também vão passar pelo processo todos os dias. Sem registo escrito de medições, para evitar polémicas com a proteção de dados.
A distância entre cada mesa é de dois metros e foram colocados acrílicos entre algumas para reforçar a sensação de segurança dos clientes, até porque o dono teme que as pessoas tenham medo de ir ao restaurante nesta fase inicial: "O medo é que não haja clientes para toda a gente".
Antes da pandemia, o Buxa tinha fregueses regulares ao almoço e muitos turistas que deambulavam pelo Centro Histórico Património da Humanidade. Contudo, com as linhas aéreas canceladas para a maioria dos países e com as fronteiras de Espanha fechadas, o turismo vai ser pouco e o mercado nacional pode não chegar.
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Pedro Fernandes não concorda, por isso, com a manutenção das fronteiras fechadas. E justifica: "Não há diferença entre vir turismo da Galiza ou de Ovar, para mim é mercado interno, a distância é a mesma e o Porto até teve mais casos do que a Galiza".
Quanto a espaço, se os lugares interiores do Buxa foram fortemente condicionados, a esplanada vai ganhar novo fôlego. É que a Câmara de Guimarães definiu um conjunto de medidas que visa minimizar o impacto da redução da lotação dos estabelecimentos. O plano municipal prevê o aumento do espaço das esplanadas até 100% e concede isenção das taxas com esplanadas e toldos até 31 de dezembro.
"É uma ajuda grande, já tínhamos feito essa proposta numa série de medidas que enviamos para a Câmara", refere Pedro, salientando que sugestão foi feita pela Associação Vimaranense para a Hotelaria.
Todos os dias, até que os clientes cheguem, a louça do Buxa vai estar guardada. Sempre que um freguês se sentar, o funcionário vai pegar na toalha, prato, talher e copos. Só aí os vai colocar na mesa devidamente lavados e desinfetados. O objetivo é evitar que a louça seja exposta ao vírus.
Todos os cuidados foram pensados a contar com uma ligeira recuperação do prejuízo. "Março foi mau, abril foi zero e maio também já não se recupera", conclui.
