Curso com 12 formandos começou em abril e terminou agora. Novos carpinteiros não ambicionam fazer vida na área, mas ponderam “part-time” e criar associação. Promovida pela Câmara de Estarreja, a ação visou, segundo Diamantino Sabina, presidente, “preservar a arte da construção naval, que é nossa e tem que perdurar”.
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Arménio Almeida, um dos únicos cinco mestres construtores navais em atividade na região de Aveiro, é parco, mas direto, nas palavras. Desde abril do ano passado, ao longo de 400 horas de formação, aceitou o desafio de passar o seu conhecimento a 12 formandos. Agora, é com orgulho que diz, ao olhar para a bateira construída no curso, artesanalmente, de madeira, com as mãos e com o suor de todos: “O trabalho está à vista. Está feito”. Seguem-se palmas. Para o mestre e para os formandos, que concluíram esta semana o primeiro curso de construção naval do país, em Pardilhó, Estarreja. Nenhum dos alunos quer fazer daquela arte vida, mas também não a querem abandonar.
“Ensinei o que sabia”, deixa claro Arménio Almeida. E 12 formandos aceitaram o repto, tendo todos chegado ao final da formação, que decorreu no Centro de Interpretação da Construção Naval, num edifício remodelado pela autarquia, onde outrora existia um barracão que funcionava como estaleiro.