O presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos, afirmou que a obra de renovação do centro da cidade está "pronta 99,9%". O autarca disse na manhã desta quinta-feira, após a reunião de Câmara, que faltam umas "retificações e correções" e que "todo o espaço já está a ser usufruído pelas populações".
Corpo do artigo
Os vereadores socialistas da Câmara de Famalicão consideram que as obras não estão concluídas. "Basta uma simples volta pelo centro da cidade para perceber que há vários locais em que as obras não estão concluídas", afirmou Paulo Folhadela.
Durante a manhã desta quinta-feira ainda decorriam trabalhos na Praça D. Maria II, nomeadamente no edifício onde ficará instalado o quiosque. A renovação das artérias do centro e a Praça Mouzinho de Albuquerque estão prontas.
A empreitada deveria ter ficado pronta há cerca de um ano, mas sofreu quatro prorrogações de prazo. A última apontava para que a obra ficasse concluída no dia 20 de agosto, mas nessa altura ainda decorriam trabalhos. Foi, então, pedida pelo empreiteiro a entrega provisória da empreitada.
Durante 30 dias a Câmara Municipal fez a vistoria da obra. "Só não está formalmente pronta porque faltam diligências formais", nota Mário Passos. "O relatório da vistoria diz que estão em desenvolvimento um conjunto de retificações de coisas que não foram aceites e estão agora a ser concluídas", afirma.
O autarca frisa que todo o espaço vai "ser usufruído pelas populações" e acha que é necessário recordar por exemplo, que a Praça Mouzinho de Albuquerque [agora renovada no âmbito da empreitada] estava "muito degradada". "Faltam remates e isso já não considero obra", nota.
O PS questionou Mário Passos sobre o assunto e não ficou satisfeito com a resposta. Entende que a empreitada não está pronta e diz ter ficado sem saber quais as conclusões do relatório da vistoria nomeadamente a "reação jurídica da Câmara" perante o atraso na execução da obra.
A empreitada de renovação do centro da cidade de Famalicão arrancou a 19 de outubro de 2020, e deveria estar pronta cerca de um ano depois. Assim não aconteceu.
O prazo de conclusão da obra foi adiado quatro vezes e o custo da obra subiu mais de um milhão de euros. A empreitada foi adjudicada por 7,6 milhões de euros, mas os trabalhos a mais e a revisão de preços já elevaram os custos.
A empreitada englobou a renovação da Praça Mouzinho de Albuquerque, da Praça D. Maria II e das principais artérias do miolo urbano. O estacionamento foi organizado e as ruas foram transformadas em vias partilhadas por carros, peões e bicicletas.