"Não há memória de uma operação desta envergadura". Quem o diz é Manuel Pizarro, vereador da Habitação e Coesão Social da Câmara do Porto, ao falar da empreitada de reabilitação nos bairros sociais da cidade.
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Pelas suas contas, só em 2016 serão gastos 14 milhões de euros. Mas o trabalho terá continuidade nos anos seguintes, salvaguarda o autarca. Entre os objetivos, a "melhoria da qualidade de vida das pessoas" é uma prioridade.
O próximo ano será realmente forte em obras no terreno, mas até dezembro deste ano a Autarquia terá já concluído outras intervenções nos bairros de Aldoar, Lagarteiro, Contumil, S. Vicente de Paulo e Parceria Antunes. "Maior conforto e redução das despesas dos munícipes" são outros propósitos. Em 2016, pelas quantias envolvidas, destacam-se as operações em Ramalde (3,8 milhões de euros), S. João de Deus (3.4 milhões de euros) e Eng. Machado Vaz (3,2 milhões de euros).
Em concreto, as melhorias vão incidir "nos telhados, em vãos envidraçados, nos sistemas de ventilação e na iluminação das áreas comuns", entre outras benfeitorias. "Eficiência energética" é uma preocupação neste vasto movimento. O financiamento para 2016 está garantido ao abrigo do programa "Reabilitar para Arrendar". A Câmara tentará amealhar verbas dos fundos comunitários, candidatando-se, assim que for possível, ao Portugal 2020. Quanto ao barulho e ao rebuliço das obras, o vereador acredita que "os moradores vão suportar o incómodo", considerando o "investimento como um ganho para o futuro".
A par da grande reabilitação, Manuel Pizarro reconhece a necessidade de trabalhos de manutenção preventiva. "É preciso quebrar o ciclo", diz. Por isso, no recente orçamento aprovado pela Autarquia estão alocados dois milhões de euros para o efeito, a despender em 2016.
Num estudo realizado pela Universidade de Aveiro, acerca da gestão e manutenção preventiva dos bairros de habitação social municipal, conclui-se que o investimento necessário no Porto para os próximos três anos seria de 9,8 milhões de euros. Trata-se de uma estimativa e Manuel Pizarro adverte que o horizonte temporal não se esgota no triénio. O estudo foi pedido pela Câmara e funcionará como uma ferramenta de auxílio para a empresa municipal Domus Social.