Obras junto ao Estádio de Coimbra são "pedras no caminho" de quem pode ganhar com os Coldplay
Empresários de restauração temem não aproveitar as 50 mil pessoas por dia que vão estar nos quatro concertos, devido aos trabalhos do Metrobus junto ao Estádio de Coimbra.
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Os empresários de restauração junto ao Estádio Cidade de Coimbra estão a preparar a vinda dos fãs dos Coldplay, mas temem que as obras próximo do recinto dos concertos, devido ao projeto do Metrobus, prejudiquem o negócio e afetem a logística para os quatro espetáculos. Os proprietários falam em graves prejuízos no dia a dia e consideram uma incógnita como irá funcionar no período de 17 a 21 de maio, altura em que a banda britânica sobe ao palco do estádio.
"Pior que a covid"
António Reis é o proprietário do restaurante Magriço, a poucos metros do recinto dos concertos, e, apesar de já estar a preparar a casa para os dias dos espetáculos, mostra desconforto com as obras que, há mais de um ano, decorrem à sua porta. "Está a ser pior que a covid. Tive uma quebra de faturação na ordem dos 50% desde que elas começaram", lamenta ao JN, confessando não saber como vão conseguir organizar 50 mil pessoas por dia ao redor do Estádio. No entanto, admite ter a esperança que o negócio corra bem entre 17 e 21 de maio. "É tanta gente esperada que não vou ter serviço à mesa. Vou ter um balcão com uma bica de cerveja e servir sandes. Abro por volta do meio dia e terei a casa em funcionamento até depois dos concertos", explica.
"Tenho tido prejuízos na ordem dos 50% com as obras. Não sei como vão organizar 50 mil pessoas por dia"
Com as obras que começaram à sua porta no início de 2022, António Reis viu-se obrigado a abdicar de grande parte da esplanada, que afirma ser um dos atrativos da sua casa. "Já contactei várias vezes a Metro Mondego e já tive algumas reuniões com eles, que se mostraram sensibilizados, mas tem sido muito difícil trabalhar nestas condições", aponta.
"Não sei se vou aproveitar"
Uns metros abaixo, a preocupação é semelhante no restaurante Dom Pitéu, na Rua do Brasil. "Ainda não sei como projetar esses dias, com tudo partido em frente à minha casa. É bom ter eventos destes na cidade e perto do meu estabelecimento, mas assim não sei se vou aproveitar da melhor maneira, nem como vão pôr aqui 50 mil pessoas por dia", considera Joaquim Gomes, gerente do espaço.
"Com estas obras, nem sei como vão pôr aqui 50 mil pessoas por dia. Vou abrir normalmente, não vou condicionar horários"
Nos dias dos concertos, revela que não vai fazer alterações aos horários. "Vou estar aberto aos almoços e jantares. Tenho muito pessoal que quer trabalhar, mas não sei como projetar esses dias, se será bom ou mau", conta.
Ao JN, fonte do Gabinete de Comunicação da Câmara de Coimbra informou que a questão das obras tem de ser concertada entre a Metro Mondego e as Infraestruturas de Portugal, uma vez que são estes os donos da obra.
O JN contactou a administração da Metro Mondego, que não respondeu às perguntas.
Espetáculos
Quatro em cinco dias
Os Coldplay começam a digressão europeia no Estádio Cidade de Coimbra, com quatro espetáculos em cinco dias. A banda de Chris Martin sobe ao palco a 17, 18, 20 e 21 de maio.
Bilhetes esgotados
Os bilhetes para os concertos esgotaram quando foram colocados à venda, no final de agosto de 2022, sendo esperadas 50 mil pessoas para cada espetáculo da banda britânica.
Montagem a 1 de maio
Segundo informação da Câmara Municipal de Coimbra, a montagem do palco e preparação dos concertos no recinto começa a ser feita a 1 de maio.