Empreitada vai custar 200 mil euros e prevê a substituição da cobertura. Igreja tem quase 900 anos e chove lá dentro.
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Vão avançar em breve as obras na Igreja de S. Pedro de Rates, na Póvoa de Varzim. O presidente da Câmara, Aires Pereira, diz que o protocolo de financiamento será assinado “nos próximos dias”. Depois, é lançar o concurso e, se tudo correr bem, avançar com a obra ainda antes do verão.
“É a primeira fase que é criar condições para a impermeabilização do edifício: substituição das coberturas, das caleiras, dos zincos, ou seja, isolar o edifício para depois, numa segunda fase, se poder fazer a intervenção no interior”, explicou o autarca poveiro. A intervenção no templo com quase 900 anos está orçada em 200 mil euros e será financiada pelo Património Cultural (PC-IP).
“Fui contactado pelo sr. Secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos, na iminência da assinatura do protocolo de financiamento das obras. Falta só acertar a data”, contou ainda Aires Pereira.
Do lado da autarquia, que ficará como dona da obra, o projeto está pronto, pelo que, uma vez assinado o protocolo, o concurso será lançado e as obras avançam de imediato.
O estado de degradação em que se encontra a Igreja de S. Pedro de Rates foi denunciado pelo JN a 6 de junho de 2023: chove lá dentro e a instalação elétrica é um perigo, há musgo a cobrir as paredes, arbustos no telhado, várias telhas e vitrais partidos e o pórtico principal está a desaparecer.
Um mês antes, a Póvoa tinha ficado de fora dos 78 edifícios do património cultural que serão alvo de obras, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num investimento total de 190 milhões de euros.
Já depois da notícia do JN, a Direção-Geral do Património Cultural veio à Póvoa. Deixou a promessa de obras urgentes. Em novembro último, o Bloco de Esquerda (BE) criticou o atraso no arranque dos trabalhos. Aires Pereira justificou-se com a mudança de governo. Agora, a empreitada vai, finalmente, começar.
Pormenores
900 anos de história
A Igreja de S. Pedro de Rates foi construída no início do século XII. É um dos mais importantes monumentos românicos medievais e o único exemplar português da ordem religiosa francesa de Cluny (candidata a Património Imaterial da Humanidade). Está classificada como Monumento Nacional desde 1910.
Duas fases de obra
Numa primeira fase, a obra vai incidir sobre cobertura e janelas, de forma a impermeabilizar a igreja. Ao mesmo tempo, vai ser feito um levantamento de todas as carências, de forma a programar uma segunda fase dos trabalhos mais profunda.