Falta de estacionamento e trânsito caótico prejudicam as vendas. Para agravar, não há divertimentos de Natal.
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As obras de renovação do centro de Famalicão que decorrem há cerca de um ano têm deixado os comerciantes "preocupados" por causa da "falta de estacionamento" e do "trânsito caótico" que se reflete nas vendas. Os trabalhos deveriam ter ficado prontos em outubro, mas só estarão concluídos até abril do próximo ano.
"Há pessoas que vinham cá, mas deixaram de vir porque não há estacionamento", diz Liliana Nunes, proprietária de uma loja de chocolates na Praça D. Maria II. A lojista revela ainda que o negócio sofreu com a pandemia e com as obras. E nem com a época natalícia prevê melhorias. "Até porque não temos aqui os habituais divertimentos", lamenta.
O carrossel e o mercado de Natal não estão na Praça e Alameda D. Maria II por causa da empreitada.
"As pessoas vão deslocar-se para outras zonas", afirma Xavier Ferreira, presidente da Associação Comercial e Industrial de Famalicão. "Estamos expectantes e preocupados porque as obras estão demoradas e o trânsito caótico. Se juntarmos a pandemia, temos um cocktail explosivo", considera.
O responsável admite, no entanto, que as obras visam "reabilitar o centro, devolvendo as ruas às pessoas".
Câmara avalia impacto
Estão previstas alterações ao trânsito, haverá ruas partilhadas por carros, peões e bicicletas e vias sem veículos. O topo norte da Praça D. Maria II, por exemplo, onde as obras terminaram recentemente, é agora apenas para peões. O topo sul também será interdito ao trânsito. O parque de estacionamento D. Maria II ainda não está totalmente concluído, mas 80 lugares já estão disponíveis.
A Câmara Municipal atribuiu apoios financeiros aos comerciantes que não puderam ter esplanadas abertas por causa das obras e está agora a fazer um estudo para perceber os impactos que os trabalhos estão a ter junto dos comerciantes.
Discurso direto
Paula Veloso, Oculista Ouroarte
"A obra deveria ter sido por fases e não avançar várias frentes ao mesmo tempo. O estacionamento deveria ter sido o primeiro a ficar pronto"
Nuno Carneiro, Restaurante Dom Brasas
"Com as obras perdi clientes na sala. Não faz sentido estar tudo em obras ao mesmo tempo e não haver estacionamento"