Na freguesia de Oliveira do Douro, em Gaia, os moradores dizem que estão mal servidos de transportes públicos. Quem reside no Areinho, à beira-rio, adianta que, muitas vezes, o que tem valido é o espírito de vizinhança. Ou seja, "quando alguém passa de carro e vê um vizinho à espera numa paragem e dá uma boleia".
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Quem o diz é Margarida Cunha. Noutros casos, na falta de transporte, "recorre-se à Uber ou aos táxis". Margarida Cunha exemplifica com uma situação, em que teve de "ir ao médico à Boavista", no Porto, e em que "a solução foi dividir a tarifa do táxi com umas amigas". Até para "ir à farmácia ou ao centro de saúde é difícil", subscreve a vizinha Ana Martins.
Utilizar o autocarro para a deslocação ao Hospital de Gaia, a partir de Oliveira do Douro, é complexo, do ponto de vista logístico. Não há ligação direta. Há até à Avenida da República. Daí os passageiros podem utilizar outro transporte até Santo Ovídio e mais um daqui para o hospital. Atualmente de baixa, e a usar muletas, António Mendes sente-se "desiludido" e não crê em melhorias na rede, quando o serviço passar para outro concessionário, conforme está previsto que aconteça durante 2023. "Não acredito", refere, perentório.
"Solução era andar a pé"
Pedro Fernandes já sentiu na pele o que é não ter transporte para casa. Trabalhava em Canelas, saía do emprego para lá da meia-noite e a essa hora não havia autocarro para Oliveira do Douro. "Tinha camioneta até à Avenida da República. Daí até casa ia a pé. Ainda é um bocado, mas não havia solução", conta, amargurado.
Tal como as demais pessoas ouvidas, queixa-se dos "atrasos" da empresa de camionagem. Há uma carreira para o Porto, o 32, mas, de um modo geral, a avaliação é "negativa". Por esta e outras razões, "a Uber conquista clientes". Outra crítica prende-se com as condições dos autocarros, que "não estão adaptados para pessoas em cadeiras de rodas".