A vaga de assaltos em lojas no centro da cidade de Braga já dura há quase um ano, mas intensificou--se nas últimas semanas. No Centro Comercial de Santa Bárbara, por exemplo, poucos lojistas ainda não foram assaltados. Muitos já nem se queixam à PSP.
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O proprietário da Farmácia Central, na Rua dos Capelistas, fazendo um exercício de memória, garantiu ao JN que "em mais de 40 anos de atividade, e com muita mágoa, nunca houve tantos assaltos em tão pouco tempo a lojas da cidade". José Manuel Paredes lamentou que "a PSP, ao contrário do que sucedia há alguns anos, não patrulha a zona a pé ou de carro nas horas mais críticas dos assaltos, que é entre as duas e as seis horas". Nos Armazéns Marques Soares houve cinco assaltos no espaço de meio ano e, segundo o gerente, Artur Rocha, "isso resolvia-se muito facilmente policiando a zona comercial", confidenciando que "da última vez que ali houve um, "até um manequim vestido e calçado roubaram".
Na principal loja do Grupo Valdemar houve sete assaltos desde dezembro e na Farmácia Central quatro, incluindo um na perfumaria, situada nas imediações.
"Em três noites houve aqui, no centro de Braga, mais de 30 assaltos em lojas", disse, ao JN, Tito Lopes, do Grupo Valdemar, ladeado por outros lojistas da zona. "O clima de impunidade é tão escandaloso em Braga que os gatunos dão-se ao luxo de demorar às vezes dez minutos a fazer os assaltos, porque sabem que não há polícias de noite", acrescenta Tito Lopes (ver vídeo online, de 14 de dezembro de 2014, em que se vê dois homens demorarem cerca de 9 minutos a arrombar e a roubar material da loja) .
"A mim, dizem-me que só existe um carro-patrulha para toda a cidade à noite e que não podem estar em todo o lado, porque têm falta de agentes", disse o mesmo responsável, revelando "ter sido expulso do gabinete do Comando da PSP da última vez que se queixou.
Tito Lopes contou, ao JN, que "a PSP de Braga queria multar, durante o dia, o vidraceiro e o serralheiro que repararam os estragos de um dos assaltos". E fui multado porque coloquei uma carrinha junto aos vidros enquanto não chegavam os homens da serralharia. Fui ao Comando Distrital e um subcomissário disse que voltaria a multar e fui colocado na rua", contou. Contactada pelo JN, a PSP de Braga não deu qualquer resposta nem sobre este assunto nem sobre os assaltos. v