<p>O grupo A. Silva Matos, que ontem inaugurou uma empresa que em 2008 deixou 40 sem trabalho, está com dificuldades em conseguir mão-de-obra especializada em metalomecânica. A empresa precisa de 80.</p>
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"Este país não é composto só por desgraças e tem ainda uns loucos que resolvem transformar ameaças em oportunidades,". O discurso de Silva Matos, presidente do grupo empresarial com o mesmo nome, sediado em Sever do Vouga, ontem, durante a inauguração de um nova fábrica no município, traduz a satisfação de quem conseguiu reabrir a antiga Metalicis, que pertencia a outro grupo e que foi encerrada em Fevereiro do ano passado, deixando 40 trabalhadores à porta.
Quinze meses depois, a agora Silva Matos- Equipamentos de Transportes abre as portas e para além de ter mantido os anteriores trabalhadores, admitiu mais dez e necessita de mais 15, entre serralheiros e soldadores.
Para além destes 15, o grupo precisa de mais 80, "mas parece que não há desempregados neste País", referiu Silva Matos. "Onde estão os desempregados?", questionou, perante o Secretário de Estado Adjunto da Industria e Inovação, Castro Guerra, que inaugurou a empresa que vai produzir cisternas de transporte de líquidos.
Silva Matos disse ao JN que o problema está na falta de especialistas. Mesmo tendo um centro de formação interno, mesmo com protocolos com escolas da região, "não há na região de Aveiro pessoas suficientes com formação nesta área", diz Silva Matos. O problema, acredita, não estará na remuneração, "pagamos acima da média, temos prémios de produtividade mensal, seguro de saúde e outras regalias. Quem vier para aqui sem saber nada ganha, no mínimo, 500 euros, os experiência tira 1000 a 1500 euros por mês".
Devido à dificuldade em conseguir trabalhadores, a empresa pediu autorização para importar mão de obra especializada argelina, "cerca de 50 funcionários, mas o Governo recusou", afirmou o presidente do grupo.
Castro Guerra recordou o prémio Excelência do IAPMEI atribuído a Silva Matos e lembrou o recente elogio do presidente da Enercom, uma das maiores empresas do mundo na área das energias renováveis, que considerou a A. Silva Matos "o melhor produtor de torres eólicas", afirmou o governante.