Oposição acusa Câmara da Maia de esconder problema na EN13 que podia ter sido "fatal"
O líder da coligação PS/JPP, oposição à maioria PSD/CDS-PP na Câmara Municipal da Maia, acusou esta sexta-feira o executivo de ter "escondido" o que "poderia ter sido fatal e mortal", referindo-se ao aluimento da antiga Estrada Nacional 13 (EN13).
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"O colapso e consequente aluimento da estrada municipal [ex-EN13] poderia ter sido evitado, face ao aviso de perigo iminente enviado pela Ascendi à Câmara Municipal da Maia. Esta negligência que foi escondida de todos nós, poderia ter sido fatal e mortal, para os maiatos e para todos os que diariamente usam esta movimentada via de acesso. Tivemos muita 'sorte', por casualidade não houve nenhuma tragédia", lê-se num comunicado de Francisco Vieira de Carvalho enviada à Lusa.
A antiga EN13, localizada no concelho da Maia, no distrito do Porto, sofreu um aluimento de piso no dia 19 de janeiro.
No dia 29 do mesmo mês, a Câmara da Maia, em resposta a perguntas enviadas pela agência Lusa, indicou que tinha tido conhecimento, em outubro, de que a antiga EN13 apresentava "sinais de deterioração", razão pela qual elaborou "de imediato" um projeto para o local.
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"Em outubro, a [concessionária] Ascendi entregou à Câmara da Maia uma inspeção vídeo da passagem hidráulica sobre a antiga N13, conduta essa que está colocada a seis metros de profundidade e não é visitável. Nessa inspeção, foram detetados sinais de deterioração que não eram visíveis no exterior, nomeadamente uma ovalização da conduta que não oferecia perigo imediato", referia resposta escrita da autarquia.
Esta sexta-feira, em comunicado, o líder da Coligação "Um Novo Começo" que junta o PS e o partido Juntos Pelo Povo (JPP), considerou que "a câmara devia ter atuado de imediato, encerrando essa zona da estrada, a fim de proteger as vidas de todos quantos lá passam".
"Seria o que obrigaríamos a fazer, se a informação nos tivesse sido disponibilizada. Na Maia, a falta de manutenção de infraestruturas e equipamentos é, lamentavelmente, uma realidade", acrescenta a nota.
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Francisco Vieira de Carvalho considera "inadmissível" que "dinheiro seja deitado ao lixo" em "constantes ações de campanha política, completamente fúteis, a inaugurações e reinaugurações" e frisa que, "mais uma vez", o executivo liderado por António Silva Tiago "revelou-se leviano e irresponsável".
"Foi uma sorte não existirem vítimas, as consequências poderiam ser gravíssimas. Não se pode 'brincar' com assuntos tão sérios como a segurança e a vida das pessoas. No âmbito do que nos é possível fazer na oposição, já solicitamos à câmara a imediata inspeção de todas infraestruturas similares que temos na Maia, a fim de evitar possíveis catástrofes", concluiu.
A agência Lusa contactou a Câmara da Maia que não quis comentar estas declarações.