<p>A Câmara de Valongo reprovou, ontem, quinta-feira, uma proposta de alteração do tarifário da água. Para a Oposição, foi travado um aumento da água. Para o Executivo, chumbou-se uma proposta feita de acordo com "orientações do Governo e da União Europeia". </p>
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O pedido de alteração da fórmula de revisão partiu da concessionária e foi bem acolhido pela Autarquia. "Pedimos um parecer à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), que não só avalizou, como aplaudiu. E os nossos serviços jurídicos não viram entrave algum", referiu Arnaldo Soares, vereador do PSD e presidente dos Serviços municipalizados de Água e Saneamento de Valongo.
"Oportunismo"
Para Maria José Azevedo, do movimento Coragem de Mudar, "a empresa quis meter no cálculo da tarifa da água o preço a que ela é comprada às Águas do Douro e Paiva (AdP). Isto é oportunismo".
"Todas as alterações já feitas ao contrato de concessão foram-no em benefício da empresa. Não se admite que a Câmara diga sim a tudo. Se a empresa não serve, então que se resgate a concessão", afirmou a vereadora.
Posição idêntica teve Afonso Lobão, do PS. "A imagem que começa a passar é que a concessão foi um negócio ruinoso para a autarquia. E, se assim for, mais vale começar a pensar em alternativas. A proposta que hoje [ontem] foi chumbada era susceptível de vir a criar dificuldades à população. E isso não pode acontecer", destacou o vereador socialista.
"Não haveria aumentos"
No entanto, para Arnaldo Soares, a nova fórmula permitiria definir o tarifário tendo em conta a inflação e o preço a que a água é comprada à Águas do Douro e Paiva.
"A inflação pesaria 75% no preço a cobrar ao consumidor final e havia o compromisso de não aumentar a água este ano. Assim, estamos sujeitos a que a concessionária accione a cláusula de reequilíbrio financeiro. Com fórmula proposta cumpriríamos a orientação do Governo, que aponta para a racionalização do consumo da água", concluiu Arnaldo Soares.