Orçamento da Câmara de Lisboa prevê parques de estacionamento gratuitos e elétrico até ao Parque Tejo
A maior fatia do orçamento da Câmara de Lisboa para 2024, apresentado esta manhã de terça-feira nos Paços do Concelho, destina-se à mobilidade, com 289 milhões de euros. E prevê "o maior investimento de sempre" em habitação,150 milhões. O orçamento para 2024 prevê 1,3 mil milhões de euros
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O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Anacoreta Correia, apresentou esta terça-feira um orçamento de 1,3 mil milhões de euros para 2024, "um valor muito próximo do de 2023 em termos de receita", referiu, confirmando ainda que o "um milhão de euros" que o município conseguiu poupar no orçamento previsto para a Jornada Mundial da Juventude será usado neste.
A área da mobilidade é aquela onde a Autarquia pretende gastar mais dinheiro, 289 milhões de euros, estando previstos dois novos parques dissuasores e "parques Navegante", um "projeto pioneiro" que disponibilizará 1965 novos lugares de estacionamento gratuitos para quem tenha o Passe Navegante.
"Os transportes públicos é sem dúvida o maior investimento da Câmara de Lisboa e da Carris, de 165 milhões de euros entre 2024 e 2027", salientou ainda Anacoreta Correia, acrescentando que "prevemos que, até 2027, 87% da frota esteja descarbonizada".
Nos planos do município, está ainda o prolongamento da linha do Elétrico 15 até ao Jamor (Oeiras) já em 2024. No próximo ano, prevê-se ainda a extensão desta linha para lá de Santa Apolónia e depois até ao Parque Tejo. Está previsto ainda um elétrico rápido até à Alta de Lisboa.
A expansão da rede de bicicletas partilhadas Gira, com 19 novas ciclovias, de forma a chegarem a todas as freguesias da cidade, é outra das propostas.
Isenção do IMT para jovens
A área da habitação terá "o maior investimento de sempre", de 150 milhões de euros, "um acréscimo de mais de 40% face a 2023". Segundo Anacoreta Correia, tem vindo a crescer todos os anos, sendo "o maior de sempre da história de Lisboa".
A Autarquia pretende apostar na construção de novas casas e aumentar os apoios do programa renda segura e do subsídio municipal de arrendamento. Estão previstos também novos projetos de habitação na Quinta do Ferro (São Vicente), Casal do Pinto (Beato) e renda acessível do Lumiar.
O Município revelou ainda que vai voltar a insistir na isenção do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) para jovens até aos 35 anos que comprem casa até ao valor de 300 mil euros, uma medida que tem sido chumbada pelos partidos da oposição. A Autarquia não volta só a propô-la como sobe para 50 mil euros o valor da isenção em relação à proposta anterior.
"Temos uma enorme expectativa que desta vez seja acolhida. É qualquer coisa que temos de promover e encorajar. Não faz sentido que a câmara queira ficar com este imposto no início de vida dos jovens", considerou o vice-presidente.
Na área da saúde, a Autarquia prevê a construção dos dois novos centros de saúde de Sapadores-Graça e Alcântara e ainda o lançamento de um projeto pioneiro nos bairros sociais, onde pretende criar um gabinete de atendimento médico e de enfermagem. "Vamos identificar um ou dois bairros sociais neste primeiro ano e a ideia é disponibilizarmos gabinetes médicos de proximidade, com um médico, um enfermeiro e pessoal auxiliar para garantir o acesso à saúde, um dos grandes problemas que hoje as pessoas têm", esclareceu ao JN Anacoreta Correia.