O padre Humberto Coelho de 48 anos, autor confesso do desvio de 16 mil euros das contas da paróquia de Torroselo, Seia, foi suspenso de funções pela diocese da Guarda. O sacerdote já repôs a totalidade das verbas e esta quinta-feira abandonou a casa paroquial e voltou para casa dos pais em Gouveia.
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A decisão foi tomada esta quarta-feira na localidade de Santiago, do mesmo concelho, durante um encontro que juntou vários representantes da Igreja, que também convergiram na necessidade de divulgar a opção através de um comunicado.
"Foram tomadas as medidas cautelares julgadas oportunas", refere o documento que chegou ontem às redações. "Como não poderia deixar de ser, tudo faremos para manter e fazer prevalecer o serviço, a verdade e a justiça em todas as instituições, movimentos ou grupos diocesanos", pode ler-se ainda no comunicado que também confirmou o pagamento integral dos 16 mil euros desviados.
Recorde-se que, numa fase inicial, o padre em causa devolveu uma parte do dinheiro e aceitou pagar o remanescente em tranches mensais de 400 euros. Acordo que, agora, deixa de vigorar, atendendo a que o valor levantado gradualmente da conta da paróquia já foi liquidado.
A dívida foi paga, mas a ação não pode ficar isenta de punição
"A dívida foi paga, mas a ação não pode ficar isenta de punição", disse ao JN fonte da Igreja que preferiu não ser identificada.
Mal recebeu a ordem de suspensão, o padre Humberto Coelho fez as malas, saiu da casa paroquial de Torroselo. Ainda durante o dia de ontem regressou à casa dos pais em Gouveia.
Com a ordem subscrita pelo bispo D. Manuel Felício, o sacerdote ficou impedido de celebrar missas nas nove aldeias das seis paróquias a que estava ligado. Celebração que, a partir, do próximo fim de semana, deverá ser assegurada por um padre e um diácono que já trabalham no concelho.
A comunidade de fiéis exige, porém, que o bispo da diocese dê uma explicação sobre os factos. Essa vai acontecer até ao final do mês. Soube o JN que só não será na próxima semana porque o bispo da Guarda irá aos Açores para a tomada de posse do novo bispo de Ponta Delgada. No regresso, será definida uma data para que D. Manuel Felício celebre missa e apresente as contas das paróquias.