Dona do Externato Delfim Ferreira, em Famalicão, foi declarada insolvente.
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A Delfinópolis - Ensino, Técnica e Educação, detentora do Externato Delfim Ferreira, em Riba de Ave, Famalicão, foi declarada insolvente devido a dificuldades financeiras. Os pais dos alunos temem que o estabelecimento feche antes do final do ano letivo.
"Os professores e funcionários têm sido fantásticos, mas estamos preocupados que os nossos filhos não terminem o ano letivo. Há avaliações e todo um investimento feito nos estudos deles", adiantou Nuno Oliveira, pai de dois alunos do externato. "Devia haver uma lei especial para estas situações, porque uma escola não é uma têxtil", referiu.
Os pais deverão reunir esta semana com a direção e, entretanto, vão contactar a Câmara de Famalicão no sentido de perceber quais as soluções para a situação.
O Externato Delfim Ferreira começou a sentir dificuldades depois dos cortes no financiamento do Estado às escolas com contrato de associação. Por isso, apresentou um Plano Especial de Revitalização. O plano previa o pagamento aos credores, reajustamento dos recursos humanos, a privatização do ensino e a rentabilização das instalações da escola.
O plano foi homologado pelo Tribunal de Famalicão, mas um grupo de credores da instituição recorreu para o Tribunal da Relação de Guimarães, que revogou a aprovação. O externato recorreu da decisão da Relação mas não lhe foi dada razão.
Por isso, a empresa detentora da escola apresentou-se à insolvência alegando "gravíssimas dificuldades financeiras" causadas pelos cortes no financiamento que levou à redução do número de turmas subsidiadas e à impossibilidade de constituir novas turmas apoiadas pelo Estado.
Redução de alunos
Houve, por isso, uma redução do número de alunos, já que em 2015/2016 o estabelecimento de ensino tinha cerca de 1500 alunos (do pré-escolar ao 12.º ano), e atualmente tem cerca de 180 estudantes. Os meses de janeiro e fevereiro ainda não terão sido pagos aos funcionários.
Segundo as informações que o JN conseguiu recolher, as contas da escola estarão penhoradas, o que faz com que não tenham verbas para pagar as despesas correntes. A Assembleia de Credores está marcada para 22 de maio.
O JN não conseguiu falar com o administrador de insolvência ou com a escola.