O entrançado de palha de Fafe já é uma arte certificada. A tradição de manusear a fibra da palha, que se perde na memória da região, pode agora ganhar uma nova dinâmica.
Corpo do artigo
Cerca de dois anos depois de o Município de Fafe ter começado a trabalhar na certificação do produto, o selo de garantia está conquistado. “A economia do nosso território vive, além das grandes empresas, da soma destes pequenos contributos. Isto é muito importante para a economia local e para as artesãs que ocupam o seu tempo e tiram algum proveito económico deste esforço”, considerou Antero Barbosa, presidente da Câmara Municipal.
Nesta primeira fase são sete as artesãs fafenses certificadas. “Comecei muito pequena a aprender com os vizinhos. Depois fui trabalhar durante 40 anos numa fábrica, mas, depois de me reformar, recuperei uma máquina velha e comecei a trabalhar com a palha. Estudei esta arte através do centro de emprego e, como já tinha essa paixão, agora faço tudo”, contou, ao JN, Maria do Carmo Cardoso, uma artesã, de 64 anos, que das suas mãos faz nascer chapéus, cestos, tapetes e outras peças, todas feitas em entrançado de palha.
Em Fafe, já havia um trabalho a ser realizado nesta área, com oficinas criativas e com a criação do Museu da Palha. A Autarquia apenas o quis consolidar. “Estávamos perante uma arte muito importante para o nosso património histórico e etnográfico mas era necessário dar o passo seguinte. Foi um grande desafio”, destacou Paula Nogueira, vereadora da Câmara Municipal, que enalteceu a simplicidade de tudo o que é feito. “É uma fibra vegetal simples, com técnicas simples, mas é essa simplicidade que abre território para um número infinito de utilizações e se torna um trabalho artístico”.
Na região, o manuseamento da palha é um meio de subsistência para muitas pessoas, por vezes um complemento ao rendimento base.