Ainda não se sabe quanto vai custar a futura Póvoa Arena. A obra foi adjudicada por 8,7 milhões de euros, mas esteve dois anos parada por ordem judicial. O empreiteiro estimou que os custos poderiam aumentar três milhões de euros. Neste momento, já há 614 mil euros em “erros e omissões”.
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A oposição socialista na Câmara teme que os poveiros sejam chamados a pagar uma futura “exorbitante”. “Estamos a tentar que não haja nenhuma derrapagem e a seguir de perto todo o processo”, frisou, por sua vez, o vice-presidente da Autarquiam Luís Diamantino, sem conseguir esclarecer, no entanto, quanto vai custar a obra.
“O empreiteiro [Alexandre Barbosa Borges (ABB)] reclamou logo três milhões de euros nos primeiros 60 dias. É um valor apenas indicativo. Em todo o caso, há a possibilidade de acontecer e, por isso, optamos por ficar de fora deste compromisso”, afirmou o vereador do PS João Trocado, que em reunião do Executivo votou contra o segundo aditamento ao contrato da empreitada do futuro multiusos.
Neste momento, há já cerca de cinco milhões de euros pagos e mais de 50% da obra feita. A Câmara acredita que a Póvoa Arena estará concluída no final do ano.
João Trocado lembra que o PS sempre foi contra a conversão da antiga Praça de Touros num pavilhão multiusos. Diz que a avultada obra “prejudica a capacidade da Câmara de dar resposta a outro tipo de prioridades, como a educação ou a área social”. Agora, com a possibilidade de ver aumentar ainda mais os custos, os socialistas têm “mais um motivo para o voto contra”.
Luís Diamantino admite que o empreiteiro reclamou, no início, cerca de três milhões de euros, mas, “se há trabalhos a mais, também haverá trabalhos a menos” e, por isso, acredita que a “derrapagem” não chegará “nem perto dos três milhões de euros”.
A obra devia ter começado em Dezembro de 2020, mas, a dias do arranque, a Patripove - Associação de Defesa e Consolidação do Património Poveiro interpôs uma ação judicial para impedir a demolição da antiga Praça de Touros que, de recurso em recurso, durante quase dois anos, impediu o avanço da empreitada. A Patripove perdeu e a Câmara anunciou que iria avançar para tribunal para ser ressarcida por eventuais acréscimos de custos decorrentes da paragem forçada. O processo, diz o vice-presidente, ainda decorre.
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Ex-autarca “vizinho” já não é gestor
Mudou o gestor de contrato da Póvoa Arena. Recorde-se que, conforme o JN noticiou, o Tribunal de Contas entendeu que a contratação do ex-vice-presidente da Câmara, António Caetano, como gestor de contrato é “ilegal” e Aires Pereira contratou-o como secretário da presidência, um cargo que não lhe permite, agora, exercer funções de gestor de contrato.
Novo gestor é “da casa”
João Trocado, do PS, diz não entender: “Só vem provar que as funções de gestor do contrato podiam, desde o início, ser exercidas por um técnico municipal e não havia necessidade de contratar alguém externo”.