O Parque Ecológico Urbano (PEU) em Viana do Castelo, que abriu ao público em junho de 2021, recebeu perto de 50 mil visitantes entre janeiro e setembro deste ano.
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A procura daquele espaço natural com 20 hectares, situado às portas da cidade, e habitado por grande número de espécies de flora e fauna, algumas raras, aumentou em relação ao primeiro ano de abertura ao público. O que também cresceu foi o património natural com a descoberta recentemente de duas espécies de libelinhas, que constituem raridades.
"São muito raras de encontrar e são indicadoras de boa qualidade do ambiente. Neste caso, aquático, porque as libelinhas criam-se na água. O Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo, foi o primeiro lugar na zona Norte onde foram encontradas", contou ao Jornal de Notícias, a coordenadora do parque Leonor Cruz.
O PEU foi fundado em 2007, a nascente do centro histórico de Viana do Castelo e a poente da ponte Eiffel, junto a uma das entradas da cidade. Abriu a visitação livre em junho de 2021, com o lema "reencontro com a natureza". Até ali recebia visitas de escolas e grupos sob reserva.
"Em 2022, de janeiro a setembro, já visitaram o PEU 48 629 pessoas, o que representa mais 5% que no ano anterior", refere Leonor Cruz, adiantando que "os meses de maior adesão são os coincidentes com períodos de férias letivas, abril, junho, julho e agosto". Em termos de faixa etária, o público distribui-se maioritariamente por adultos com idades entre 19 e 65 anos (53%) e crianças até 12 anos (27%).
"Ao sábado e ao domingo à tarde, vêm famílias com crianças pequenas, durante a semana são os utilizadores da caminhada matinal e das corridas e há pessoas também que vem perto da hora de almoço para trabalhar. O forte é o fim de semana", descreve Leonor Cruz, referindo que o público em geral "corresponde a 98% dos utilizadores e apenas 2% a grupos organizados (914 utilizadores (entre janeiro a setembro) de escolas ou entidades dinamizadoras de atividades em tempos livres".
A vereadora do Ambiente, Fabíola Oliveira, admite que aquele parque teria "muito mais afluência", se não fossem as limitações impostas no que toca à utilização do espaço, como a proibição de entrada de bicicletas (são permitidas as de criança até 8 anos) e de animais domésticos. "Estamos a falar de um parque ecológico. Temos aqui algumas espécies que são únicas, por termos ainda a influência das marés e temos de as preservar. É fundamental haver regras, porque se isto fosse um parque urbano normal (não ecológico), era um entra e sai de gente.", afirma, recordando que ali "há caminhos e passadiços que não comportam" grande afluência de pessoas e de veículos.
O PEU de Viana do Castelo tem atualmente identificadas 426 espécies de flora (120), cogumelos e líquenes (50), aves (70), mamíferos (8), anfíbios e répteis (10), peixes (7), insetos (150) e outros invertebrados (11).
Possuem estatuto de conservação uma borboleta (Euphydryas aurinia), uma libelinha (Coenagrion mercuriale) e uma lagartixa (Podarcis bocagei) endémica da Península Ibérica.
Além do circuito de visitação por caminhos e passadiços, com placas indicativas das espécies e percursos, o parque possui zonas de observação, uma área de leitura, sob as árvores, dedicada a autores de Viana do Castelo (cada banco tem um nome), uma praça de literacia científica, pomar, espaços arqueológico, agrícola, de recreio e de lazer (parque infantil), e parque infantil. À entrada, no exterior, existe um parque de merendas. E tem como edifício de apoio o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA), com salas museu, multiusos, de recursos e programação própria. Integra serviços educativos direcionados a grupos organizados nos dias úteis e atividades de fim de semana para o público em geral no 1º sábado de cada mês e atividades para famílias no 3º domingo de cada mês.