Repto de quem já colocou no passaporte da região os carimbos de 76 locais visitados em 19 municípios.
Corpo do artigo
"Passear contigo, amar e ser feliz". O refrão de uma célebre canção dos Broa de Mel poderia ser a banda sonora da aventura de Eugénia e Nélson Freitas, casal de de Ferreira, que durante um ano preencheram os dias de celebração familiar com passeios pelo Douro. Fizeram-se acompanhar pelo filho de ambos, com 20 anos, e pelos pais dela. Por já terem carimbado a passagem nos 76 locais recomendados pelo Passaporte Douro, receberam este sábado, no Museu do Douro, na Régua, os certificados de excelência e uma garrafa de vinho do Porto exclusiva para o efeito.
Eugénia e Nélson, ambos com 43 anos, não foram os únicos. Entre os 17 mil passaportes em circulação, 50 já têm todos os carimbos. O primeiro a consegui-lo foi José Manuel Carvalho, 71 anos, de Viseu. Admite que não fez nada para liderar o pelotão. Apenas alimentou a "paixão" por uma região de que aprendeu a gostar quando, há largos anos, foi colocado a dar aulas na Balsa do Douro, em Tabuaço.
Eugénia e Nélson souberam do Passaporte Douro durante a aventura de mais de 2000 quilómetros pela Estrada Nacional 222. São adeptos do ir para fora cá dentro. Mas como não só de paisagens e monumentos se alimenta o turista, Nélson ainda saliva quando pensa naquele "costeletão de vitela" que comeu numa das viagens. Porque se há coisa que aprecia é "comer bem e beber bons vinhos".
Das muitas jornadas pelo Douro, o casal guarda "imensas experiências divertidas, montes de gargalhadas e um sem fim de fotografias". São histórias para contar, como aquela em que prevendo chegar tarde a um posto de carimbo, telefonaram ao responsável a perguntar se poderia aguardar mais um pouco. E este, apesar de ter mais que fazer, não os deixou de passaporte a abanar. "Entregou a chave à senhora do café", que depois ajudou a que garantissem o carimbo. "Encontrámos pessoas impecáveis. Viajem pelo Douro porque não se vão arrepender".
Mais que rio e vinho
José Manuel não se recorda de quantas viagens fez, a maior parte delas com a companheira, nem quantos quilómetros somou. Mas foram muitos porque "não só visitava os locais sugeridos pelo passaporte como aproveitava para ir a outros". Viagens, por vezes duas na mesma semana, "feitas com calma", que lhe permitiram provar a "bela gastronomia regional" e "os néctares fabulosos", para além de "ver com alguma profundidade e não apenas de passagem" monumentos, paisagens e outros sítios de interesse.
O passaporte é uma iniciativa da Comunidade Intermunicipal do Douro lançada no verão de 2021. O livrinho apresenta as sugestões de visita que cabem nas seis páginas que foram dadas a cada um dos 19 concelhos. O presidente, Carlos Silva Santiago, diz que é importante "fazer chegar as pessoas ao outro Douro, para lá dos elementos-âncora rio e vinho". O objetivo "tem sido conseguido", o que se traduz em "resultados económicos para a região".