Pedro Duarte no Porto: uma vitória com ligeiro travo a empate. Chega para a estabilidade?
Pedro Duarte é o novo presidente da Câmara do Porto, mas coligação PSD/CDS/IL tem tantos mandatos quantos o PS. Miguel Corte-Real pode ser preponderante. CDU e BE saem do Executivo.
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A vingança serviu-se 12 anos depois. Em 2013, Pedro Duarte, diretor de campanha de Luís Filipe Menezes, teve de encaixar uma derrota contundente - o social-democrata não passou do terceiro lugar, quando a expectativa era uma vitória, até relativamente folgada, dado o ímpeto que trazia da outra margem do Douro. Em 2025, Pedro Duarte encabeçou ele próprio a candidatura PSD/CDS/IL e conquistou a Câmara do Porto, sucedendo a Rui Moreira, o independente que lhe tinha infligido a derrota em 2013. E garantiu a vitória suplantando Manuel Pizarro, que em 2013 tinha ficado em segundo, naquela que foi a primeira das três tentativas frustradas do socialista para assumir o leme da autarquia portuense.
Mas se, como diz o adágio, a vingança serve-se fria, o ambiente no Executivo saído destas eleições autárquicas será, ao que tudo indica, bem quente. Pedro Duarte ganhou o sufrágio, mas com uma margem reduzida. Não foi preciso "photo finish", mas a candidatura socialista obteve tantos mandatos como a coligação PSD/CDS/IL. Para garantir maioria nas votações, e a não ser que haja um entendimento entre o bloco central, Pedro Duarte terá de conseguir um acordo com o Chega, que elegeu um vereador. Miguel Corte-Real, o candidato do partido de André Ventura, que até 2004 foi líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal do Porto, poderá assumir papel relevante no Executivo, onde deixam de ter assento CDU e BE. Filipe Araújo, vice-presidente de Rui Moreira que avançou com uma candidatura independente após terem sido goradas as negociações com o PSD para integrar as listas, também não conseguiu ser eleito.