O cabeça de lista do PSD/CDS-PP/IL à Câmara do Porto, Pedro Duarte, disse, este domingo, que olhará "da mesma forma" para os vereadores se vencer sem maioria absoluta, recusando responder diretamente às acusações do adversário Filipe Araújo.
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"Se o eleitorado me der condições para governar executando aquilo que é o meu programa e o meu projeto para a cidade, eu julgo que é a melhor solução. Todos compreenderão que é essa a minha opinião. Se não tiver uma maioria absoluta, eu vou olhar para todos os vereadores da mesma forma, porque eles estarão a representar os portuenses", disse hoje aos jornalistas nos Pinhais da Foz, quando questionado sobre se ganhar sem maioria absoluta privilegiaria Filipe Araújo ou o Chega para o diálogo.
Pedro Duarte falava antes de embarcar na 'Marlene', alcunha do autocarro oficial de dois andares da campanha da lista O Porto Somos Nós (PSD/CDS-PP/IL), que percorre regularmente as ruas da cidade.
O cabeça de lista do PSD/CDS-PP/IL rejeitou ainda responder diretamente às acusações do adversário independente Filipe Araújo (movimento Fazer à Porto) que, em entrevista ao Observador, disse que Pedro Duarte tinha revelado falhas de caráter.
"Eu não faço política dessa forma, portanto peço imensa desculpa, mas estamos num nível diferente, eu diria, e eu recuso-me a descer a esse nível", resumiu.
Já sobre a expressão utilizada hoje por Manuel Pizarro (PS) quanto à relação entre Pedro Duarte e Filipe Araújo - "zangam-se as comadres, sabem-se as verdades" - Pedro Duarte sugeriu que há candidatos que "estão a criar elementos acessórios para divergir daquilo que deve ser uma campanha eleitoral".
"A campanha eleitoral deve estar focada nas propostas que temos para a cidade. Por muito que me tentem puxar para uma lama que não é a minha, eu não vou sair disto, vou continuar a defender as minhas ideias, a minhas propostas, o meu projeto para a cidade", salientou.
Assim, Pedro Duarte assumiu que se está a focar em contrastar o seu programa com o de Manuel Pizarro (PS), e 'atirou' à visita que a presidente da Câmara de Paris, a socialista Anne Hidalgo, realizou ao Porto a convite da candidatura do PS.
"O que aconteceu em Paris nos últimos anos [dez] é que perdeu 120 mil habitantes e a autarca orgulha-se disso. Ela é, aliás, autora de um conceito novo, que é a 'desdensificação' - uma interpretação um bocadinho forçada da minha parte do francês, literal - mas, é o que nós defendemos aqui", referiu.
Pedro Duarte afirmou ainda não querer "perder população" mas sim ter "um crescimento equilibrado e um crescimento sustentável", algo que, disse, distingue a sua candidatura da do PS.
"Queremos contas certas, queremos qualidade de vida. O PS quer descontrolar as contas da câmara e quer massificar a cidade com mais confusão. Isso distingue-nos", sustentou.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se no dia 12.