Candidatos Pedro Duarte e Manuel Pizarro de acordo com suspensão da obra do metrobus no Porto
Pedro Duarte, da coligação PSD/CDS/IL, assim como Manuel Pizarro, do PS, concordam com a suspensão das obras da segunda fase do metrobus no Porto. Já Hélder Sousa, candidato do Livre, mostrou-se "surpreendido", enquanto que Diana Ferreira, da CDU, considera que esta devisão "pode servir" alguma das candidaturas às eleições autárquicas portuenses.
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A Metro do Porto, presidida por Emídio Gomes (ex-reitor da UTAD) desde quarta-feira, decidiu fazer uma "paragem técnica temporária" da obra que arrancou no dia 22 de setembro, anunciou esta sexta-feira a empresa, após a contestação dos últimos dias. Está previsto que a segunda fase do metrobus ligue a Avenida da Boavista à Anémona, em Matosinhos.
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Pedro Duarte, que concorre à Câmara do Porto com o apoio de PSD/CDS/IL, saudou a paragem: "A candidatura 'O Porto Somos Nós' gostaria de saudar a nova administração da Metro do Porto, que herda agora um desafio que sabemos que vai honrar com responsabilidade. A interrupção destas obras é um passo na direção certa".
Num vídeo publicado na sua página de Facebook, Pedro Duarte diz que com a nova administração da Metro ganhou-se "bom senso", dizendo que esta "finalmente está liberta das amarras socialistas".
"Nesta altura, o que está decidido é que não vai haver mais obras nem abate de árvores até haver um novo presidente da câmara em funções", disse ainda o cabeça de lista da coligação PSD/CDS/IL, adiantando que, se for eleito, vai trabalhar com a nova administração para "encontrar uma solução paisagística (...) que garanta espaços verdes, árvores e um transporte público suave, leve, que seja compatível com o bem-estar de todos portuenses".
Manuel Pizarro, candidato do PS, reiterou que a empreitada não devia ter iniciado: "A segunda fase do metrobus nunca devia ter começado. É uma provocação ao Porto ter começado aquela obra depois de saber que havia discordâncias profundas que envolviam os vários candidatos autárquicos sobre o desenho dessa obra e estamos a poucos dias das eleições autárquicas".
"Só posso saudar que a empresa da Metro que, repito, depende do Governo - o ministro das Infraestruturas é o responsável pela orientação pública da Metro -, por depois de ter tomado uma decisão errada, que foi avançar com a obra, tenha tomado agora a decisão certa, que é suspender, pelo menos até que o próximo presidente da Câmara Municipal se possa pronunciar", completou.
"Encomenda política", diz o Livre
Pelo Livre, Hélder Sousa admitiu ter sido apanhado de surpresa: "Ficámos um bocadinho surpreendidos. Este vaivém de decisões é pouco saudável e mina a credibilidade do metrobus. Temo que esta decisão agora anunciada, depois das tomadas na semana passada, das providências cautelares de outros candidatos, possa resultar numa descredibilização total do metrobus, deixando as pessoas fartas daquele projeto".
"Tem de ser posto a funcionar o mais rápido possível na primeira fase, e concordamos que devemos reavaliar a segunda fase, não em função do sim ou não, porque para nós tem de ser feito, mas no seu traçado, para preservar as árvores e garantir que continua a haver uma ciclovia na Avenida da Boavista", declarou.
A suspensão, tendo surgido no início "do mandato da nova administração", encabeçada por Emídio Gomes, nomeado pelo Governo, parece ao partido "um bocadinho sem sentido, e um bocadinho uma encomenda política". "Acima de tudo, é uma irresponsabilidade porque mina a credibilidade de um projeto fundamental para a mobilidade naquela zona da cidade", afirmou.
Diana Ferreira, da CDU, interroga se a suspensão não irá servir alguma das candidaturas: "Uma tomada de posição desta natureza na altura de eleições autárquicas... acho que também nos pode levantar aqui questões, no fundo, de a quem é que isto pode servir, do ponto de vista daquelas que são as candidaturas que se apresentam à cidade do Porto".
A cabeça de lista da CDU relembrou que tem adversários "que estiveram no governo quando foram tomadas estas medidas e que estiveram absolutamente silenciosos sobre a situação do metrobus". A ex-deputada comunista defende que o avanço da segunda fase "nunca deveria ter acontecido" e que se trata de uma obra "que foi imposta à cidade".
"[A suspensão das obras] Era uma decisão inevitável, face até a várias posições públicas que foram sendo tomadas sobre o início de uma segunda fase de uma obra cuja primeira fase nem sequer está concluída, porque só se pode considerar concluída a primeira fase do metrobus quando os veículos estiverem efetivamente a funcionar. Por isso, no fundo, é um emendo de mão", considerou.