O pescador Manuel Silva, que estava há mais de 20 dias retido num barco ao largo do porto de Paita no Peru, já se encontra instalado numa unidade hoteleira da cidade, garantiu ao JN esta sexta-feira a secretária de Estado das Comunidades.
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"Na sequência dos contactos com as autoridades peruanas, o cidadão nacional desembarcou ontem e está alojado em Paita", afirmou Berta Nunes. Aí deverá permanecer até segunda-feira, altura em que viajará de autocarro até Lima, onde será tratado o seu regresso à Europa através dos meios da Embaixada de Portugal naquele país.
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O português encontra-se a 1.200 quilómetros da capital peruana num país onde subsistem fortes restrições à movimentação de pessoas e recolher obrigatório. "Tendo manifestado desejo de regressar a território nacional, a Embaixada de Portugal em Lima desencadeou já os procedimentos necessários para assegurar o repatriamento o mais breve possível", acrescentou.
Além de Manuel Silva, outros 17 homens, a maioria de nacionalidade indonésia, encontravam-se a bordo da embarcação que estava ao largo do segundo maior porto do Peru. Pelo menos outros seis tripulantes já terão também saído do barco, após contacto das embaixadas dos outros países, avançou ao JN o filho do pescador, João Silva.
Sem autorização para atracar devido à pandemia de covid-19 e sem qualquer auxílio por parte do armador, que alegadamente não lhe paga o salário há seis meses, o também capitão do barco e a restante tripulação estariam a ficar sem mantimentos ou combustível há vários dias.
Depois de o JN ter noticiado o caso na segunda-feira, o Governo fez esforços para se inteirar da situação e agilizar apoio ao cidadão nacional, o que veio a acontecer. Também a câmara da Póvoa de Varzim prestou apoio à família durante este período. O caso chegou a ser classificado como "urgente" pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.