O Movimento Pescadores pelo Tejo reclama uma indemnização de mais de 100 milhões de euros à Celtejo em virtude da poluição no rio, ao longo dos últimos três anos.
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A queixa contra a empresa e o Estado português foi aceite esta quinta-feira no Tribunal Europeu, confirmou ao JN o representante dos pescadores.
Mário Costa, representante do movimento Pescadores pelo Tejo, explicou ao JN que o pedido de indemnização foi calculado segundo os rendimentos expectáveis dos profissionais. "A matéria coletável de um pescador, quer pesque ou não, ronda os 10 mil euros por ano. Ora, são três anos sem atividade, mais seis ou sete para a recuperação do rio. Ou seja cerca de 100 mil euros para mil pescadores, o que dá um montante total acima dos 100 milhões", referiu.
O responsável recorda que em 2012 havia 1091 pescadores no Tejo e hoje restam 46, alguns inativos. Ao JN, Mário Costa diz que há situações muito graves entre a comunidade piscatória afetada. "Há pessoas que perderam casas, automóveis, há suicídios e pescadores com barcos penhorados, a par de vários divórcios, porque casa onde não há pão, todos ralham e não têm razão", garante, acrescentando que a situação é de "flagelo social".
Para o representante dos profissionais, os recentes casos de poluição não surpreendem. "Os pescadores já tinham feito centenas de denúncias e o Governo ainda aumentou a licença de descarga da Celtejo?", interroga-se.
Na queixa enviada a Estrasburgo, a indemnização é reclamada à Celtejo e também ao Estado. "Porque não conseguiu cumprir com o seu dever de fiscalização e deixou que a situação se agravasse".