Começa esta quarta-feira a Festa das Cruzes, em Barcelos, a primeira grande romaria do Minho, onde o religioso e o profano convivem em harmonia até domingo. A festividade atrai milhares de pessoas à cidade para assistirem à batalha das flores (quinta-feira), aos arraiais minhotos e a outros momentos de celebração.
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À batalha das flores e aos arraiais junta-se a procissão que congrega as cruzes das 89 paróquias do concelho e os tapetes de pétalas que, por estes dias, embelezam o templo do Senhor Bom Jesus da Cruz. Para completar a receita e obter um excelente cozinhado, há ainda os concertos de The Gift (esta quarta-feira), Fernando Daniel (quinta-feira), Nininho Vaz Maia (sexta-feira) e Calema (sábado), além do Bamos às Cruzes e do Mini Cruzes – espetáculos direcionados para os mais novos – muitos divertimentos e, claro está, comes e bebes.
O arranque da Festa das Cruzes é feito com a inauguração dos tapetes de pétalas e o JN quis perceber como é todo o processo de construção. “Este é um trabalho que começou em dezembro com a escolha dos temas. Depois, reunimos com as floristas e com o chefe da equipa que faz os desenhos, para percebermos o que é viável e o que não é. Após isso, começa a seleção das flores, que vai muito ao encontro do tema escolhido”, revela Pedro Ferreira, provedor da Real Irmandade do Senhor Bom Jesus da Cruz.
Ao todo, cerca de 25 pessoas trabalham para que, no início da festividade, tudo esteja pronto para a visita de milhares de curiosos. “Estas pessoas têm um gosto muito particular e um orgulho naquilo que fazem e há quem tire férias, nestes dias, abdicando desse tempo em família, para vir para aqui fazer os tapetes. Tudo de forma voluntária pelo orgulho na tradição”, salienta o provedor, acrescentando que o trabalho só fica concluído após a festa: “Diariamente, a partir da meia-noite, depois da igreja fechar, estas pessoas vêm cá e vão ver, pétala a pétala, as que estão velhas e substituir por novas, para que no dia a seguir esteja tudo impecável”.
Profano e religioso em harmonia
Numa festa marcadamente religiosa, o profano mora mesmo ao lado do templo, no espaço onde, habitualmente, se realiza uma das maiores feiras do Minho. No entanto, o convívio entre esses dois lados sempre foi pacífico.
“Acho que, na Festa das Cruzes, tudo é harmonioso. A igreja, durante a festa, vai estar aberta das sete da manhã até à meia-noite e o que acontece, habitualmente, é que as pessoas vêm primeiro à igreja ver os tapetes e só depois é que se vão divertir”, afirma Pedro Ferreira.
Os principais concertos da Festa das Cruzes têm lugar na Frente Ribeirinha, com início às 22 horas, e o fogo de artifício acontece sempre à meia-noite.