Plantas vão filtrar poluentes e limpar água em ribeira e lago de parque urbano no Porto
Estão a ser plantados exemplares de 10 espécies aquáticas nativas na ribeira e no lago que atravessa o Parque Urbano Dr. Mário Soares, inaugurado recentemente na zona da Lapa, no Porto. A ação permitirá aumentar a capacidade do ecossistema de filtrar poluentes, fixar sedimentos e purificar a água de forma natural.
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A intervenção está a ser feita pela Câmara do Porto, em parceria com o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR). A ação de restauro ecológico, no âmbito do projeto MoRe Porto - Monitorização e Restauro da Biodiversidade das Zonas Húmidas da Cidade do Porto, é financiada pela Fundação Belmiro de Azevedo.
"As plantas, estrategicamente selecionadas, desempenham um papel crucial no aumento da capacidade do ecossistema de filtrar poluentes, na fixação de sedimentos e na promoção da purificação natural da água. Além disso, a ação visa controlar a propagação de espécies invasoras, um desafio comum em ecossistemas urbanos, bem como criar habitats diversificados que favoreçam a presença de diversas espécies de anfíbios e macroinvertebrados. Este avanço procura contribuir para transformar a ribeira num importante corredor ecológico, reforçando a conectividade entre os habitats naturais da cidade e promovendo a biodiversidade urbana e o bem-estar da população", refere a autarquia.
"Com esta iniciativa, a cidade reafirma o seu papel como pioneira na adoção de práticas inovadoras que combinam restauro ambiental e conservação da biodiversidade, beneficiando não só o ecossistema local, mas também a qualidade de vida dos cidadãos", acrescenta o município.
O Parque Urbano Dr. Mário Soares, situado a poente do morro da Lapa e da Rua de Cervantes, tem 17 mil metros quadrados de área verde, 220 metros da Ribeira de Vilar a céu aberto e um lago capaz de reter cerca de 450 metros cúbicos de água.
"A renaturalização da linha de água, até então entubada ao longo da Rua de Cervantes, a meandrização do curso de água, a gárgula sobre o manancial, os micro-açudes, a levada e o lago criam vários ritmos e ambientes, potenciando o sistema húmido e a regeneração da paisagem", pormenoriza a Câmara do Porto.