A Polícia Municipal de Sintra perdeu, nos últimos seis meses, 20% do seu efetivo. A informação foi avançada, esta quarta-feira, em reunião de executivo municipal, pelo vereador independente Nuno Afonso que acusou a autarquia de deixar "fugir" os agentes nos quais a "Câmara investiu dinheiro" com a respetiva formação. Basílio Horta diz que situação é "normal".
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"Não sei se o senhor presidente tem conhecimento exato dos números, mas nós tínhamos mais de 70 polícias municipais. Neste momento, temos menos de 20% desse número. Nos últimos seis meses, saíram 13 polícias municipais para várias instituições. Há dois em vias de sair agora no início de março, muito brevemente", começou por dizer Nuno Afonso.
O vereador independente em Sintra (ex-Chega) acusou a Câmara de investir na formação "destes polícias" que, segundo afirmou, "estão agora a trabalhar em Mafra, Oeiras, Loures".
"Tudo isto é fruto do mau trabalho, na forma como se lida com as pessoas, na forma como muitos destes polícias se sentem perseguidos nas suas funções, porque uns podem fazer horas extraordinárias e outros, que são menos amigos, não podem. Uns têm que se fardar a horas, outros não. Eu até já ouvi falar de polícias que cumprem as suas funções em teletrabalho. O que a ser verdade é muito estranho", disse.
Basílio Horta considera "natural" saída de elementos
Em resposta ao vereador da oposição, o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, rejeitou as acusações e disse que a situação das saídas é "normal". Esclareceu ainda que "para Mafra foi um polícia e que para Oeiras foi outro. Também vieram de outros sítios para aqui."
"Nós não podemos impedir os polícias e os trabalhadores da Câmara de concorrem a concursos públicos para outros concelhos e entidades públicas", frisou. O autarca sintrense reafirmou ainda que os polícias não saem propriamente "por motivos de funcionamento mau da Polícia".
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"Pode acontecer depois da polémica que houve que algumas pessoas se tenham sentido mal na Polícia e fossem embora, é normal. Depois dos inquéritos que foram feitos, das conclusões e dos processos disciplinares, é natural, mas daí concluir que funcione mal ou que é gerida com base em critérios que não objetivos é um passo que não dou", disse.
Nuno Afonso aproveitou a deixa para recordar o autarca de que houve muitos processos levantados contra polícias municipais que, mais tarde, a Câmara veio a arquivar. "É normal que eles não se sintam bem", finalizou.