O Politécnico de Leiria vai disponibilizar consultas de terapia familiar e de casal nos quatro gabinetes do Centro de Apoio ao Estudante (CAE), antes designado por SAPE, na sequência do reforço do número de psicólogos de três para cinco.
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Esta foi uma das medidas anunciadas esta terça-feira no âmbito da apresentação do SAPE 2.0, destinado a promover a saúde mental e o bem-estar da comunidade académica.
"Percebemos que, às vezes, se estivéssemos a trabalhar com vários elementos da família, podíamos conseguir melhores resultados", explicou ao JN a psicóloga do CAE Patrícia Pereira, no final do encontro. "Os pais precisam de deixar os filhos crescer e autonomizar-se", concretizou. "Por vezes, há uma uma crise de adaptação para o estudante, mas também para a família, que fica com o ninho vazio."
Patrícia Pereira esclarece, contudo, que estas intervenções mais específicas só decorrerão quando os psicólogos detetarem uma "necessidade mais iminente". A título de exemplo, refere o caso das perturbações alimentares (anorexia e bulimia), que são encaminhadas para especialistas. "Se fizermos uma intervenção com as famílias logo no início, conseguimos que não se desenvolvam tanto."
No âmbito do projeto SAPE 2.0, os psicólogos assegurarão ainda consultas de terapia de casal, desde que um dos elementos seja aluno do Politécnico de Leiria. "Infelizmente, vamos vendo situações de violência que não são reconhecidas como tal, como a questão da posse", observa Patrícia Pereira. "Como os estudantes estão em desenvolvimento e ainda há imaturidade, às vezes, têm dificuldade em saber o que é adequado."
"Não podes falar com esta pessoa, não podes responder nas redes sociais, não podes sair com essa minissaia ou com esse decote são situações que vão acontecendo", assegura a psicóloga. "Podemos tentar melhorar a comunicação do casal ou fazer que consigam perceber que há coisas que podem ser aceites", refere.