Tabuleiro inferior fecha na quinta-feira para obras. Travessia entre Porto e Gaia ficará preparada para receber elétricos e veículos até 60 toneladas.
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A circulação pedonal no tabuleiro inferior da Ponte Luís I, que encerra ao trânsito a partir da meia-noite de quinta-feira e durante um ano, será feita através de dois corredores alternados, numa estrutura montada num andaime. Com as obras de reabilitação, a travessia fica preparada para poder vir a receber elétricos, como chegou a ser previsto pelas câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia.
No que diz respeito à circulação pedonal durante as obras, segundo explicou ao JN Pedro Carvalho, engenheiro responsável pela empreitada a cargo da Infraestruturas de Portugal (IP), "vai ser criado um cavalete especial para trabalhar por baixo da ponte e, no fundo, esta estrutura vai ser montada no andaime, a um nível ligeiramente superior ao atual tabuleiro para o poder substituir". Também será possível passar com bicicletas e trotinetas, mas apenas à mão.
Já as plataformas "terão continuidade à medida que os trabalhos forem avançando", referiu o mesmo responsável. "Pela necessidade de continuar a existir circuito fluvial, vamos trabalhar metade da ponte, numa primeira fase, e depois a outra metade", explicou Pedro Carvalho. Por agora, "foi desviado o circuito fluvial para o lado de Gaia", enquanto o andaime está a ser montado do lado do Porto, pormenorizou.
Tabuleiro em betão
Já sobre a obra de reabilitação, o engenheiro esclareceu que a intervenção servirá "para resolver problemas de corrosão, decapar e pintar a estrutura, substituir rebites, adicionar chapas novas para reforço da estrutura e fazer um novo tabuleiro em betão, que a ponte hoje já tem no piso inferior". Com isto, a travessia vai ganhar maior resistência e permitir a circulação de veículos até às 60 toneladas.
O vice-presidente da IP, José Serrano Gordo, admitiu que "a ponte já apresentava alguma necessidade de intervenção há uns anos" - a última grande reparação tinha sido feita nos anos 50 por Edgar Cardoso.
Consciente "dos inconvenientes" que a obra trará às populações, o responsável admite que a IP está preparada para "minimizar e mitigar" situações que possam acontecer. O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, destacou que "haverá reforço do transporte público para que as pessoas possam diversificar o seu trajeto".
A travessia deverá ficar livre de carros, de vez, em 2025, quando abrir à circulação a nova ponte D. António Francisco dos Santos, entre Porto e Gaia.
Alternativas
A partir do Porto
Quem circular na Ribeira ou zona central do Porto e pretender aceder a Gaia deve seguir pela Ponte do Infante. Já o trânsito proveniente da zona oriental será encaminhado para a Ponte do Freixo. O tráfego da zona ocidental terá como acesso preferencial a Ponte da Arrábida.
A partir de Gaia
A partir da Afurada ou do Cais Capelo Ivens, a melhor solução passa pela Av. Mestre José Rodrigues, daí derivando para a Ponte da Arrábida ou para a Via da Misericórdia. Quem estiver na beira-rio pode subir General Torres ou a Via da Misericórdia, e ir para a Arrábida, Freixo ou Infante. Para quem descia General Torres, a alternativa será o desvio pela Rua de Camões até à Ponte do Infante.