Depósito ilegal de "monos" dura há mais de 20anos. Junta de Freguesia diz que faz recolhas periódicas.
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Após mais de 20 anos de convívio com uma lixeira ilegal, instalada num baldio da Junta de Freguesia, os moradores da Gafanha da Boa Hora dizem-se fartos da situação. "Vidro, metal, colchões, entulho, é lixo por todos os lados, que, com o vento, é espalhado pelos campos agrícolas" descreve João Salvador que, a par de Arsénio Sarabando, dá voz ao descontentamento.
O presidente da junta, Manuel Bogalho, admitiu que "o terreno não está licenciado para ser uma lixeira", mas é a única alternativa que antevê para evitar situações piores. A lixeira "foi criada porque as pessoas metiam o lixo em qualquer lugar, ao longo das estradas florestais e no meio da floresta. A intenção era que servisse para colocar apenas monos grandes, como frigoríficos, fogões e móveis velhos, mas as pessoas, muitas de fora do concelho e a coberto da noite, vão lá e metem de tudo", lamenta. Sem aquele espaço, o autarca acredita que "as pessoas voltariam ao que faziam antes" diz, lamentando a falta de "respeito e civismo" e sublinhando que "a autarquia vai lá, periodicamente, recolher o lixo" e o terreno está "num local ermo".
A população pede, ainda, que sejam alcatroados os cerca de 200 metros em falta da via que liga a estrada principal da localidade à Escola Profissional de Agricultura (EPADRV), e que aquela via seja iluminada. "Este é o caminho que muitos estudantes usam", às vezes "noite cerrada", assegura João Salvador.
Segundo o presidente da Junta de Freguesia "o resto [da via] só não avançou porque os proprietários dos outros terrenos não concordam e têm levantado problemas". Acrescenta que "a junta não tem competências nem verbas financeiras" para corresponder aos anseios da população e já fez diligências junto da Câmara Municipal de Vagos e da EDP. O alcatroamento deve avançar "brevemente" mas a iluminação é "difícil" porque a par com a estrada "não há habitações", diz Manuel Bogalho.
O JN contactou, também, o presidente da Câmara, mas Rui Cruz remeteu os esclarecimentos para o presidente da Junta de Freguesia.