Quase três anos e meio depois, o atual presidente da Santa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Pedro Santana Lopes, vai suspender o mandato de vereador sem pelouro na Câmara de Lisboa, que ocupa desde 2009. O social-democrata tinha prometido, 20 dias após as últimas eleições autárquicas, que tinha "um desígnio" para se manter até ao fim no cargo.
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Santana Lopes, que já faltou na última reunião do executivo, a 30 de Janeiro, justifica agora a decisão com as funções na SCML, que o deixam com " falta de tempo".
Esta quarta-feira, o ex-primeiro-ministro [2004-2005] e presidente da Câmara de Lisboa [2002-2004/2005] não só o confirmou, como alegou que pretende dar espaço de manobra a Fernando Seara, o candidato do PSD a Lisboa e que conta com o apoio do CDS-PP.
"Sei que, quando há um novo candidato, quem decide e coordena a generalidade das posições é a pessoa que detém essa responsabilidade e eu quis que fizessem isso comigo", explicou, acrescentando: "também quero dar espaço a quem vem de novo".
O social-democrata perdeu a corrida para António Costa liderando uma coligação de Direita, Lisboa com Sentido (PSD, CDS-PP, MPT e PPM), não tendo ido além dos 38,69% - Costa obteve 44,01%. Ainda assim, conseguiu a maioria na Assembleia Municipal e obteve outras conquistas simbólicas, como a Junta de Freguesia de Alcântara, anteriormente um bastião comunista.
Se na madrugada dos resultados (de 11 para 12 de outubro de 2009) Santana Lopes prometeu equacionar assumir o lugar de vereador, essa confirmação só surgiu 20 dias depois num artigo de opinião publicado no semanário Sol. Ali, garantiu que tinha um "desígnio estratégico", que poderia ser ameaçado com "decisões anunciadas por José Sócrates e António Costa". "Vou ficar como vereador e lutar pelo que acredito", sustentou, então.
Na última reunião pública do executivo municipal, Santana Lopes já não esteve, sendo substituído por Álvaro Castro, que foi seu assessor quando esteve na Secretaria de Estado da Cultura [1993].