Existem 108 colónias de gatos legalizadas na cidade do Porto e que são acompanhadas de perto por associações de proteção animal com as quais a Autarquia estabeleceu protocolos de colaboração, nomeadamente para a aplicação do programa CED (Captura-Esterilização-Devolução). Em três anos de programa, foram esterilizados perto de 900 gatos.
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O objetivo é proporcionar aos animais qualidade durante os anos em que vivem na rua. A ideia, como refere Túlia Aires, veterinária da Autarquia no Centro de Recolha Oficial de Animais do Porto (CROA) e responsável pelo CED, "é controlar a população de gatos errantes na cidade". Trata-se de uma população total de 1350 gatos que integram as 108 colónias e mais de 890 já foram castrados. "Para além do corte na orelha esquerda que é obrigatório, todos os gatos das colónias legalizadas do Porto têm microchip, a vacinação antirrábica e feita a desparasitação. O corte na orelha é para ver se o animal já foi ou não esterilizado, evitando a captura e esse momento stressante", explica Túlia Aires.
O objetivo é esterilizar os animais, manter as colónias estáveis e "evitar que elas aumentem, para no médio e longo prazo se extinguirem". Ao desaparecerem acabam com o problema da insalubridade na via pública e as queixas de moradores.
As zonas onde se encontram as maiores concentrações destes pequenos felinos são as do Bonfim/Campanhã, Aldoar e Baixa/Centro Histórico. "Nestas ruas há um ou mais cuidadores que os alimentam e que entram em contacto com a associação quando veem um animal doente ou quando aparece um animal novo", diz António Silva, da associação Miacis, uma das quatro (as outras são a Animais de Rua, a Midas e a Causa de Caudas) com protocolos firmados com a Câmara do Porto.
Escolhem prédios velhos
As ninhadas surgem de seis em seis meses e, por esta altura, há "gatinhos por todo o lado na cidade". Sabe-se que o número de colónias é bem superior às 108 oficializadas e representam o "muito trabalho que terá de ser feito" na sequência de um terceiro protocolo com as associações que, em breve, será assinado. "Trata-se de um esforço em fazer diminuir a população destes animais, mas há sempre pessoas a abandonar gatos na rua e até aproveitam muitas vezes estas colónias para os deixarem", acrescenta Túlia Aires.
Noutras vezes, um pequeno descuido, uma porta aberta de casa ou uma queda da varanda, leva a que os animais se percam. Ou então donos idosos que morrem, ficando os gatos em logradouros de velhos prédios. "No ano passado, tivemos uma intervenção numa colónia que estava num quarteirão em plana Baixa. Esterilizamos 46 animais e identificamos 17 crias, mas poucas devem ter sobrevivido", conta António Silva.
Quem estiver a alimentar gatos na rua deve, por isso, contactar a Autarquia ou uma das associações para que o caso seja integrado no programa CED.