
Pedro Duarte garante que está "muito empenhado" na "bandeira" da segurança
Foto: Carlos Carneiro
O presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte, anunciou, esta sexta-feira, que, no primeiro trimestre de 2026, deverá estar concluído um plano de reforço da segurança da cidade, que será concertado com o Ministério da Administração Interna e pressupõe, além do aumento do policiamento, a adoção de medidas "transversais".
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"Tenho este projeto na minha cabeça de, no primeiro trimestre de 2026, apresentar um plano de reforço da segurança e da tranquilidade pública na cidade do Porto. Estamos a trabalhar agora, do ponto de vista da execução, de um ponto de vista mais técnico, nas soluções que vamos poder apresentar para esse plano", revelou o presidente da Câmara do Porto, durante uma visita ao Jardim do Mercado de S. Sebastião.
Pedro Duarte antecipou esse plano como o resultado da reunião que teve, terça-feira, com a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral. "Foi uma reunião altamente produtiva e abrimos um canal de diálogo e de trabalho muito intenso", referiu o autarca portuense, garantindo que "há uma grande abertura do Governo para podermos conversar sobre todas as soluções, incluindo a de aumentar o número de efetivos policiais na cidade". "Portanto, vamos trabalhar nesse caminho", reforçou.
Segundo Pedro Duarte, a ideia é a de que o plano de reforço da segurança da cidade "seja muito transversal". "Porque uma medida específica, uma medida concreta, pode resolver um problema concreto, mas se calhar estamos a abrir um outro problema ao lado", referiu, considerando que intervenções policiais como as desta semana no Bairro da Pasteleira Nova "não resolvem o problema de fundo", podendo até provocar "uma transferência do problema de uma zona da cidade para outra".
"Não estou a criticar este tipo de intervenções, mas temos de ter consciência que não é isto que resolve o problema estrutural", ressalvou, para enfatizar: "Nós queremos fazer algo um bocadinho mais conseguido e, para isso, temos de trabalhar agora na parte da execução. Nos próximos meses, vamos ter um plano muito concreto para apresentar".
Para Pedro Duarte, visitas como as desta sexta-feira à zona da Sé comprovam que o Executivo municipal "está muito empenhado em assumir esta bandeira". "Não vamos descansar enquanto não virmos resultados concretos daquilo que é o nosso empenho. A cidade não pode conviver serenamente, tranquilamente, com fenómenos de toxicodependência que têm um efeito horrível para as pessoas que são vítimas diretas deste fenómeno, porque a segurança de facto é muito afetada pelo fenómeno da droga e as pessoas têm direito de viver sem medo", sublinhou.
Um tipo de medida que pode ser replicada é a que foi executada na Sé, com a transformação do antigo Mercado de S. Sebastião num jardim temporário. "É um excelente exemplo do que se pode conseguir com um investimento que não é particularmente significativo, transformar uma zona que era muito degradada da cidade, um local propício a comportamentos como o consumo de estupefacientes em algo muito diferente. E isto é um bom exemplo daquilo que pode ser uma transformação urbana na linha daquilo que defendemos neste Executivo", considerou Pedro Duarte.
O presidente da Câmara do Porto quis deixar, contudo, claro que, apesar de aplaudir a intervenção no antigo mercado, não significa que vai deixar cair por terra o projeto da Avenida da Ponte, da autoria de Siza Vieira. "Não temos nenhuma intenção de, de alguma maneira, suspender ou impedir que isso prossiga dentro do seu curso normal. Agora vai sempre demorar algum tempo e nesses anos nós vamos poder ter um espaço que é de excelência e que, de facto, transformou esta zona", concluiu.
