Câmara apresenta, esta terça-feira, a "Visão de Futuro" para o setor, a fim de aumentar o tempo de estadia na cidade e atrair visitantes da América e da Ásia.
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Está à vista de todos que os números do turismo dispararam este ano. Passada a pandemia, os estrangeiros estão de volta e a Câmara do Porto quer manter esta tendência. Sobretudo, aumentar o tempo de estadia na cidade, captar novos mercados e ampliar as receitas.
Hoje é apresentada a "Visão de Futuro para a Sustentabilidade do destino Porto". Se o tempo médio de estadia está fixado, por agora, em 2,1 noites, os responsáveis querem dilatar este parâmetro e tornar a Invicta num lugar de viagem de média e longa duração.
"A cidade tem de alargar horizontes e procurar mercados que nos poderão proporcionar turistas com maior poder de compra, que pernoitem mais noites e que acabem por gastar mais dinheiro", é referido no documento.
Das 91 rotas a aterrar no Aeroporto Francisco Sá Carneiro só oito são de fora da Europa, embora este número seja variável. O Município quer captar turistas vindos de outros continentes, nomeadamente da América e da Ásia. "Quem vem de um continente mais longínquo tem, obviamente, de ficar mais tempo na cidade e no Norte", diz Catarina Santos Cunha, vereadora com o pelouro do Turismo e da Internacionalização.
Haverá um novo site
Várias medidas estão a ser preparadas para atingir este objetivo, sempre com o foco na internacionalização. "Há espaço para crescer, sobretudo em qualidade".
Para a elaboração da Visão de Futuro foram feitos estudos acerca do que se passa no estrangeiro, em especial noutros pontos turísticos. Copenhaga, uma "cidade de excelência em sustentabilidade", e Barcelona, com "características idênticas ao Porto", serviram de inspiração.
Uma nova imagem será apresentada brevemente "Teremos um novo web site. Para contar as novas narrativas e agregar toda a animação cultural e desportiva. Para que o visitante nos encontre num só sítio. Será ainda criada uma revista para entregar nos alojamentos turísticos, que também estará online, em vários idiomas", é explicado.
Outra das pretensões da Câmara é levar os forasteiros a todo o território. "Interligar a cidade UNESCO com o demais espaço citadino" e deslocar eventos do centro "para outros locais de destaque".
Esta estratégia passa pela criação de novos "quarteirões" no Porto. "Tornar a cidade cada vez mais cosmopolita. Criar zonas de aglomerados e de identidades: gastronómicos, culturais, espaços verdes e outros. Vai para além das freguesias, nada tem a ver com a divisão administrativa", salienta-se.
Enoturismo
Estão previstas ações no âmbito da Frente Atlântica, que junta os municípios vizinhos. O reforço da ligação entre o interior e a costa, através dos "cenários urbanos e naturais", está mapeado.
O Centro Histórico continuará a merecer a devida atenção. O programa "Porto de Tradição", destinado a premiar e a reconhecer os estabelecimentos históricos, será alargado.
No rol das iniciativas consta ainda a promoção de campanhas ligadas ao enoturismo. Em particular à região dos vinhos Verdes e do Douro, no âmbito da rede "Great Wine Capitals".
Atração
Caminhos de Santiago
O roteiro dos Caminhos de Santiago, que já assume particular importância, será dinamizado. A Câmara vai "promover o papel que o Porto tem no Caminho, apresentando-o como referência no Noroeste Peninsular".
Designers
Dar relevo à Invicta como "capital do fabrico" também faz parte do pacote. Será desenvolvida a etiqueta "Designed in Porto", envolvendo as marcas da cidade e contando com a colaboração de designers e fabricantes contemporâneos.
Observatório
Será lançado o observatório do turismo. Uma plataforma que irá recolher dados de várias fontes e que terá o registo do número de voos e do crescimento do setor, entre outras rubricas. Também será dado um novo impulso ao Conselho Municipal do Turismo.
Digital
Haverá uma campanha na Imprensa tradicional e digital, incluindo junto dos "influencers".
Orçamento
Catarina Santos Cunha não traça uma meta quanto ao número de turistas que pretende atrair. Sobre o investimento, responde que "está dentro do orçamento da Câmara". Assinala que o Turismo e a Internacionalização são "transversais" e que "serão alocadas verbas de outras áreas".