No posto da GNR de Torres Novas, no distrito de Santarém, faltam 18 lanternas, 20 algemas, 22 pares de luvas táticas, 22 embalagens de gás pimenta e outros tantos coletes balísticos.
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Não há também facas táticas, bastões, coletes refletores e até fatos de chuva para equipar todos os militares ali colocados. Sem este equipamento para fornecer aos militares, o comandante daquele posto enviou um ofício ao Comando da GNR de Santarém a requisitar o envio do material em falta. O pedido, em jeito de desafio, aconteceu poucos dias depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter assegurado que nenhum guarda estava obrigado a comprar o próprio equipamento.
O documento, a que o JN teve acesso, tem data de sexta-feira e nele lê-se que o pedido do comandante foi decidido "na sequência das últimas ocorrências registadas", dando conta de que "o efetivo não necessita de comprar/adquirir material operacional individual para o desempenho da missão".
Quem informou?
Para César Nogueira, presidente da APG/GNR, esta é uma clara resposta ao Governo. "Os militares têm que adquirir o equipamento, especialmente as algemas. Caso contrário, correm o risco de trabalhar sem material", defende. O dirigente sindical lembra que a troca de material durante os turnos não é eficaz e muito menos higiénica. "Se um militar durante a troca de turno está numa diligência, como um acidente, não pode abandonar o local para entregar as algemas ao colega", exemplifica.
Estará agendada para hoje reunião entre o comandante do posto e a comandante do Destacamento de Torres Novas, com o objetivo de averiguar como o documento foi tornado público.
O JN contactou o Comando Territorial de Santarém, por telefone e email, mas não obteve quaisquer respostas às questões colocadas sobre o caso. Também o Comando Geral da GNR não respondeu até ao fecho desta edição.