É o maior orçamento de sempre da Câmara da Póvoa de Varzim. A “culpa” é do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e das transferências de competências. São quase 90,2 milhões de euros.
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A habitação municipal, a conclusão da Póvoa Arena, os centros ocupacionais para idosos de Argivai, Beiriz e Estela, a conclusão do saneamento em Laundos e Balazar e a requalificação da Escola dos Sininhos são as grandes prioridades. O IMI mantém-se no mínimo, 1% do IRS será devolvido aos poveiros, não há derrama e a fatura da água sobe pela inflação.
“É o último orçamento que apresento, ao fim de 37 anos de vida pública que levo na Póvoa de Varzim”, frisou, no final da reunião do executivo, o edil, que, fruto da lei de limitação de mandatos, deixará a liderança da autarquia em 2025.
Com a política fiscal “amiga dos poveiros”, explicou, a Câmara deixará de cobrar, em 2025, sete milhões de euros, mas a verdade é que o aumento da faturação e a vinda de novas empresas para o concelho mostra que o caminho “faz todo o sentido”.
Em matéria de obras, a Póvoa Arena entra, agora, na reta final. 1,9 milhões para 8 mil m2 de espaço público. Deverá ficar tudo concluído em junho. Prestes a arrancar estão ainda os primeiros 72 fogos para arrendamento jovem, que ficarão situados em Penalves (em frente à EB 2,3 Cego do Maio). O projeto já tem luz verde do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU). Vai custar 11 milhões de euros que chegam por empréstimo. Aguarda aprovação a 2.ª fase, que terá mais 90 apartamentos. A estes fogos de “renda justa”, juntam-se 48 em Barreiros e 24 em Penalves, neste caso de habitação social.
O Bloco de Esquerda apresentou 66 propostas ao orçamento, o PS 30. A maioria PSD não acolheu nenhuma.
João Trocado, do PS, destaca a proposta para desnivelar a rotunda da entrada norte da cidade, no sentido A28-centro da cidade. Os socialistas defendem a elaboração de um estudo técnico que possa apontar a melhor solução e garantem que os “remendos” que a maioria quer fazer (orçados em 700 mil euros) “não vão resolver nada”. Porque “não foram ouvidos”, porque as suas “prioridades seriam outras” e porque “nenhuma medida foi acolhida”, os socialistas votaram contra o orçamento.
Aires Pereira diz que, no caso do BE, as propostas “nada acrescentam” ou entram em domínios que “não são da autarquia”. Já no caso do PS, a “visão alternativa”, frisa, não é o programa que mereceu “aprovação expressiva dos poveiros”.