A Junta de Freguesia de Espinho realiza na segunda-feira uma hasta pública para venda do ára da desativada praça de touros local e que estará em licitação por um valor base de 800 mil euros.
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Em declarações à Lusa, o presidente da Junta, Rui Torres, disse-se hoje otimista quanto à procura esperada no leilão, dado o número de interessados que previamente têm vindo a solicitar a documentação legal sobre a propriedade.
"Muita gente nos pediu para ter acesso aos documentos e acho que vai tudo correr bem, porque estamos a falar de um terreno urbano com uma área de 3.000 metros quadrados e com grande potencial de valorização", explicou Rui Torres.
O objetivo do autarca é, em primeiro lugar, potenciar o crescimento da zona sul da cidade através da iniciativa privada, dado que "a Junta não tem condições financeiras para isso e o acesso a fundos comunitários lhe está vedado".
"A Junta em si não tem hipótese nenhuma de fazer ali qualquer intervenção digna", realçou esse responsável. "Por isso é que decidimos que a alienação do terreno era a melhor opção para transformar aquela área, que se vem degradando de ano para ano", referiu.
O segundo objetivo é, depois, rentabilizar a receita resultante do leilão, investindo uma parte no serviço da Junta, aplicando outra na promoção de novos projetos de interesse para a freguesia e reservando uma terceira para "a salvaguarda do futuro".
"Queremos deixar uma verba substancial - de pelo menos 50% do valor da venda - para planos vindouros", anunciou Rui Torres. "Consideramos rentabilizar esse dinheiro numa aplicação financeira, por exemplo, para que os respetivos dividendos mensais possam ajudar a cobrir as despesas de funcionamento da Junta", admitiu.
Inicialmente, os planos do autarca passavam por transformar a zona onde está instalada a praça de touros num parque de lazer para jovens e seniores, mas a dinamização da Alameda 8, sobre a linha férrea, colmatou entretanto a carência desse tipo de espaço na freguesia.
Em maio deste ano, a Junta divulgou depois um projeto de arquitetura para a zona, no que o objetivo era "sobretudo demonstrar a possível volumetria de futuros edifícios a construir no local" - onde a praça de touros deixou de acolher eventos tauromáquicos há cerca de 30 anos.
O futuro comprador do terreno não está sujeito, contudo, à obrigatoriedade de seguir esse projeto e "terá total autonomia para usufruir da propriedade como bem entender".