Imóveis valorizaram para o dobro em três anos e procura de terrenos aumenta. Linha ligará Santo Ovídio a Vila d'Este.
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As casas entre Santo Ovídio e Vila d"Este, em Gaia, já custam mais do dobro do que custavam há três anos. E a subida, impulsionada pelo prolongamento da Linha Amarela do Metro do Porto, promete não ficar por aqui. Até porque há quem esteja à espera que as obras da segunda fase de expansão da rede arranquem para colocar a sua casa à venda.
Até agora, os imóveis mais procurados são apartamentos T1 e T2, avança a imobiliária Era, salientando que existem mais pessoas interessadas em comprar do que aquelas que querem vender. A procura aumentou a partir de maio, tendo atingido o pico na primeira semana de junho, acrescenta fonte da Era. O fenómeno acompanha a procura de terrenos e lotes para construção, que poderá vir a ter uma influência no aumento de preços. À Câmara de Gaia já chegaram cerca de dez pedidos de licenciamento para construção.
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Laborim mais procurada
De acordo com a imobiliária Remax, o preço das habitações e moradias variam entre os 69 e os 845 mil euros e os terrenos com viabilidade de construção entre os 45 e os 350 mil euros. Em Vilar de Andorinho, o interesse em comprar também aumentou, mas a zona mais procurada é Laborim, entre a estação de Santo Ovídio (já existente) e a futura estação subterrânea "Manuel Leão", num terreno baldio, atrás da escola EB 2,3 Soares dos Reis, na Rua de Conceição Fernandes. O túnel que arrancará desde Santo Ovídio até lá terá cerca de um quilómetro de extensão.
A linha, que custará 98,9 milhões de euros, volta à superfície em frente ao Hospital Santos Silva, onde nascerá uma nova estação.
Atualmente, a zona é utilizada para parque de estacionamento, que terá de desaparecer. Questionada pelo JN há cerca de duas semanas, a Fundação Manuel Leão, dona daquela infraestrutura, não respondeu se o parque poderá vir a ser relocalizado.
Mas não é só o mercado imobiliário que se agita com a chegada da Linha Amarela até Vila d"Este. A Autarquia e outras entidades também têm projetos que acompanham a expansão. Entre eles está a conclusão da reabilitação de Vila d"Este, a reabilitação do edifício Elos para um projeto de caráter social e ainda a requalificação do Santuário do Monte da Virgem.
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Obra atrasada
A tão esperada linha não deverá chegar, no entanto, no prazo desejado. A impugnação do concurso por uma empresa que afirma não ter tido tempo para apresentar as suas propostas promete atrasar o arranque dos trabalhos, que estavam previstos para o início do segundo semestre deste ano.
No entanto, após o lançamento da primeira pedra, espera-se que a obra fique concluída em dois anos. A expansão da linha vai obrigar a várias escavações, já que envolve a construção de estruturas, incluindo viadutos, túneis e três novas estações: Manuel Leão, Hospital Santos Silva e Vila d"Este. Estas duas últimas nascerão à superfície. O projeto inclui novas oficinas.