Aumento em 2022 leva metro quadrado para preços recorde. Situação igual em Lisboa.
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O Porto acompanhou em alta a maior subida de sempre dos preços da habitação verificada em Portugal desde 1991. Segundo apurou o JN, o preço do metro quadrado disparou em todas as sete freguesias da cidade em 2022. Em três delas ultrapassou mesmo os dois dígitos. Lisboa verificou idêntico fenómeno, com o arrendamento também a crescer em flecha em ambas as cidades.
A subida mais acentuada verificou-se em Ramalde (17%), com o metro quadrado (m2) a chegar aos 2779 euros. Ou seja, adquirir um imóvel com 100 m2 custa agora, em média, 277 900 euros.
Na União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, os valores pularam 13%, com o m2 a alcançar 4193 euros, o mais caro da cidade. E na União de Freguesias do Centro Histórico (Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória), está agora situado nos 3906 euros, mais 10,3% em relação a 2021.
Abaixo dos dez pontos percentuais ficaram o Bonfim (6%, 3134 euros o metro quadrado), Paranhos (5,8%, 2920 euros) Lordelo do Ouro e Massarelos (1,7%, 3500 euros) e Campanhã (0,4%, 2642 euros).
Estes valores estão em linha com a média nacional. De acordo com o Índice de Preços Residenciais esta semana publicado pela Confidencial Imobiliário, o custo médio de compra de habitação em Portugal cresceu 18,7% em 2022, percentual que não se verificava tão elevado desde há três décadas.
"A subida dos preços deveu-se a um aumento do desfasamento entre a oferta e a procura. Houve um esgotamento do stock disponível, por via de uma intensificação da procura que não foi acompanhada ao mesmo ritmo pela oferta", explica ao JN Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal. "Além disso, o próprio setor da construção confrontou-se em 2022 com um aumento dos preços das matérias-primas e da energia, obrigando-o a colocar no mercado imóveis a valores ainda mais elevados", acrescenta Patrícia Barão. Responsável principal pelo departamento residencial da JLL Portugal e vice-presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), dá conta de outras justificações que contribuíram sobremaneira para a tempestade perfeita que culminou no acentuar dos custos. "A morosidade na atribuição de licenciamentos e as dificuldades de acesso ao crédito também foram fatores que acentuaram o fenómeno", atribui.
Lisboa acima da média
Tal como no Porto, também em Lisboa comprar casa se tornou mais dispendioso. O valor do metro quadrado registou aumentos significativos, com subidas médias acima dos 10%. Casos explícitos são os das freguesias de Santa Clara e do Beato, onde o custo por m2 cresceu, respetivamente, 42,1% e 41,6%, e chegou aos 3929 e aos 4537 euros. Os preços por metro quadrado mais elevados encontram-se nas freguesias de Santo António (7408 euros), Alcântara (6831 euros) e Avenidas Novas (6432 euros). Os mais acessíveis estão disponíveis em Marvila (3763 euros por m2), Lumiar (3787 euros) e Olivais (3489 euros).
RENDAS
Aumentos
Também o setor do arrendamento viu subidas destacadas em 2022. No Porto, foi na União das Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória que o valor médio mais cresceu (61,7%)
Preços
Ramalde é a freguesia com rendas mais baixas, situadas no 10,8 euros por metro quadrado. Segue-se Lordelo do Ouro e Massarelos (11,7 euros) .
Avenidas Novas
Em Lisboa, foi nas Avenidas Novas que os valores de arrendamento mais subiram (46,7%). Estão agora situados nos 19,6 euros por m2.
Sta. Maria Maior
A freguesia lisboeta com o m2 mais caro para arrendar é a de Santa Maria Maior (24,4 euros).