A prevalência de anticorpos para o SARS-CoV-2 nos estudantes da Universidade do Porto mostrou-se superior em alunos com idades entre os 30 e 34 anos e mais de 40, segundo os resultados do programa de testes serológicos, divulgados esta quarta-feira.
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A U. Porto avança hoje que quase 10% dos 6512 estudantes testados apresentaram anticorpos da classe IgM e IgG para a covid-19. Dos estudantes que participaram no rastreio, 558 apresentaram anticorpos IgM, os primeiros a serem produzidos pelo organismo assim que existe uma infeção. A par disso, 380 estudantes (quase 6%) apresentaram anticorpos da classe IgG, os que o organismo começa a produzir após a resposta imunitária inicial.
Segundo a U. Porto, mais de metade dos estudantes testados tinham entre 20 e 24 anos mas a prevalência de anticorpos foi superior entre os grupos etários dos 30 aos 34 anos e nos indivíduos com mais de 40 anos. "Em concordância, a história de diagnóstico prévio de infeção também foi superior nestes grupos etários", refere a U. Porto.
A prevalência de anticorpos foi também superior entre os estudantes internacionais (18,1%), seguindo-se os estudantes que vivem na residência habitual (10,4%) e os estudantes nacionais deslocados (8,8%).
"A proporção dos que referiram um diagnóstico anterior de infeção foi maior entre os [estudantes] internacionais (3,8%) em comparação com os não deslocados (1,2%) e com os deslocados nacionais (1%)", acrescenta.
Dos mais de seis mil estudantes que participaram, 878 tiveram contacto com casos confirmados de covid-19, sendo que nesses, a prevalência de anticorpos foi superior à dos que não tiveram contactos (20,5%).
A U. Porto acrescenta que a prevalência de anticorpos aumentou com a presença de sintomas, com a mesma a fixar-se nos 20,1% entre os sintomáticos, 10,3% entre os paucissintomáticos [com um ou dois sintomas e sem perda de olfato] e 7,5% entre os assintomáticos.
A presença de anticorpos diminuiu, no entanto, com o aumento de tempo desde o diagnóstico da doença, sendo de 76,9% entre os estudantes que tinham sido diagnosticados num período de dois a cinco meses e de 68,4% entre os que tinham tido o diagnóstico há seis ou mais meses.
O programa de testes serológicos aos estudantes, promovido pela U. Porto e realizado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), decorreu entre 24 de setembro e 15 de dezembro de 2020. Além dos estudantes, a U. Porto promoveu também um programa de testes aos colaboradores da instituição que se encontra na segunda fase.