Vila Gaming tem mais de 200 postos de diversão para todas as idades. Dos flippers dos anos 80 às mais recentes perdições que, em excesso, podem afetar a saúde.
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Luís Almeida, 52 anos, recorda-se de jogar arcade e flippers quando frequentava o 8.º e o 9.º anos, pelo que sentiu "alguma nostalgia" quando entrou na tenda dos jogos dos anos 80. A primeira edição do Óbidos Vila Gaming teve início na quinta-feira e decorre até amanhã.
"Gostava de jogar, mas como era "insert coin" [insira moeda], retraía-me um bocadinho quando ia aos salões de jogos", conta Luís Almeida. Quase 40 anos depois, a realidade é totalmente diferente. "O meu filho mais novo, de 14 anos, joga muito mais do que eu, porque tem acesso a outras coisas que nós não tínhamos, através do computador."
Adepto do Fortnite, José Contente, 24 anos, costuma jogar com mais dois amigos contra outras equipas da Europa, cerca de três horas por dia, depois de sair do trabalho. "Estatisticamente, somos medianos, tendo em conta a quantidade de gente que joga. Para sermos melhores, o dia tinha de ter 48 horas", observa.
Jogador desde o dia em recebeu uma Playstation, aos seis anos, José Contente garante que vai voltar ao Óbidos Vila Gaming, pois ficou deslumbrado com a diversidade de jogos, alguns dos quais "caríssimos", que se podem experimentar nas diversas tendas.
Cátia Dias, 42 anos, levou os filhos, de quatro e nove anos, à inauguração do evento, onde estavam a tentar jogar Playstation. "Provavelmente, vão falar nisto nos próximos dias, e podemos voltar cá para experimentarem outros jogos", admite. Contudo, confessa que "gostava de evitar ao máximo", por recear o "uso excessivo" desta forma de entretenimento. "Têm uma idade em que não têm necessidade de ter contacto com ecrãs", defende Cátia Dias. "Preferimos que brinquem na rua e que explorem a natureza", justifica. Manifesta, no entanto, abertura para irem experimentando, pois considera que proibir é pior.
o alerta do influenciador
MoveMind, 31 anos, foi um dos influenciadores que estiveram na inauguração do Óbidos Vila Gaming. "É um evento com muito potencial e bem organizado, que decorre dentro de um castelo, o que é incrível", afirma o streamer (criador de vídeos online). "Há 1001 coisas para fazer, mas não em demasia, e é bom para a malta se divertir", observa.
"Desempregado e sem dinheiro", na sequência da pandemia, MoveMind decidiu criar um canal de jogos, onde tenta ser "o mais criativo possível" e ir ao encontro do que os seguidores gostam. "Diariamente, passam pela plataforma mais de 80 mil pessoas, dos 18 aos 60 e tal anos".
Residente numa aldeia de Penacova, MoveMind não estava à espera de ter tanto sucesso, mas não esconde que as 11 a 12 horas que passa em frente ao ecrã todos os dias e o facto de dormir apenas três a quatro horas lhe afetaram a saúde, pelo que está a tentar ter mais cuidado. "Tem de haver tempo para tudo: para estudar, jogar, fazer exercício e ter uma alimentação saudável."
Com mais de 200 postos de jogos, distribuídos por sete espaços, o evento conta com 12 influenciadores. O bilhete diário custa entre oito e dez euros, e as portas estão abertas entre as 10 e as 20 horas.