Emprego de qualidade e centralidade tornam o concelho atrativo. Valores aumentaram 24% num trimestre.
Corpo do artigo
A grande procura de casas no concelho de Famalicão fez disparar o valor das rendas. Os preços cresceram 24% no terceiro trimestre deste ano face ao anterior, a maior subida em termos nacionais, e 19% relativamente ao ano passado.
Para o presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos, a industrialização do concelho, a existência de "emprego de qualidade" e o facto de ser um concelho central são as principais razões de atratividade. "Famalicão é um território competitivo, com indústrias fortes, com emprego cada vez mais de qualidade e com qualidade de vida", diz o autarca para justificar a procura e o consequente aumento dos preços das rendas.
De tal forma, resume o edil, que não há "habitações suficientes para a procura e isso fez subir os preços das rendas", com a mediana do preço por metro quadrado em Famalicão (4,76 euros) a ser superior à mediana regional do Ave (3,56 euros), mantendo-se no entanto inferior à mediana nacional (5,66 euros), segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Na mesma linha vai a opinião de Sandra Rocha, consultora imobiliária da Remax na região, que atesta o aumento de pessoas que querem morar naquele concelho do Minho, nomeadamente oriundas do Grande Porto, de localidades como Matosinhos e Gondomar.
Segundo Mário Passos, arrendar um apartamento T2 no centro da cidade pode variar entre 600 e 850 euros. Salvaguarda que os valores dependem da localização, estado, idade e área do imóvel.
1200 famílias à espera
O município quer "reequilibrar o mercado", aproveitando fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para dar resposta aos 1200 agregados familiares do concelho que precisam de habitação. Não só através da construção para arrendamento a preços acessíveis, mas também pela reabilitação de edifícios privados que possam ser disponibilizados a preços que as famílias possam pagar. "Podemos também trabalhar com promotores privados de forma a que o município fique com frações para disponibilizar a valores acessíveis", adiantou ao JN o autarca.
Estas soluções constam do Plano Estratégico para a Habitação, já desenhado e que deverá ser aprovado pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
Mário Passos revela que estas soluções serão destinadas a agregados familiares da classe média que não conseguem casa "no mercado livre", nomeadamente jovens.
Acrescenta ainda que para o reequilíbrio do mercado da habitação vão contribuir a crescente construção de moradias unifamiliares e os "vários" empreendimentos privados que estão a nascer pelo concelho. De resto, a revisão do PDM que está a ser feita terá em conta este "défice" de habitação para quem pretenda construir a sua própria casa.
Preço
4,76 euros foi o valor da mediana do metro quadrado da habitação em Famalicão no terceiro trimestre deste ano, mais 24% que o registado nos três meses anteriores, o maior aumento em todo o país.