O ex-programador do Convento de São Francisco, em Coimbra, Luís Rodrigues, apresentou uma queixa crime contra a Câmara Municipal de Coimbra, por causa do seu afastamento do cargo, devido à suspeita de um caso de assédio a uma trabalhadora do bar do espaço.
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"Um mês após a difusão daquela notícia, ainda não há despedimento, nem foi apresentada queixa-crime. Tudo porque, muito simplesmente, inexistiu assédio", lê-se numa nota emitida pelos advogados do programador.
Na mesma nota é referido que "não foi formalizada qualquer queixa pela presumível vítima de assédio, não estando a correr contra o signatário qualquer inquérito criminal", completando que "o fundamento invocado pela Câmara Municipal de Coimbra para o despedimento não foi o imputado crime de assédio, mas, para espanto do signatário, o alegado incumprimento de obrigações contratuais".
A Câmara Municipal de Coimbra anunciou o afastamento de Luís Rodrigues a 10 de novembro, devido a um alegado caso de assédio a uma trabalhadora do bar do Convento.
"Face ao evoluir das circunstâncias e à inevitável deterioração das relações de trabalho e da sua imagem pública, entende que deve suspender de imediato a ligação contratual ao atual programador, colocando termo às funções que desempenhava no Convento São Francisco", informou então o Município.
Luís Rodrigues afirma que "repudia veementemente qualquer forma de assédio (moral e/ou sexual), negando ter tido alguma conduta menos própria em relação à suposta vítima e lamentando que a inexistência de queixa o impeça de, na sede própria, ficar indubitavelmente comprovada a sua inocência".
Para além do Município de Coimbra, Luís Rodrigues formalizou outras três queixas crime, contra a alegada vítima de assédio, contra a diretora do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara Municipal e contra o chefe de divisão do Convento de São Francisco.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, foi questionado relativamente a esta situação na reunião do Executivo que está a decorrer esta segunda-feira, mas optou por não comentar.
"Não vou comentar. Os tribunais são órgãos próprios do regime democrático, irão tomar as decisões apropriadas", resumiu o autarca.