<p>Os habitantes de Almofrela suspiram pela pavimentação da estrada de acesso à aldeia encravada na serra da Aboboreira, Baião. O descontentamento aumento quando uma prova de moto4 os isolou durante um domingo. </p>
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Em cada ano eleitoral, dizem, surgem promessas de pavimentação. "Os anos passam e nada". A estrada, que já foi palco de uma das mais espectaculares etapas do rali de Portugal permanece em terra. A cada carro que a percorre, levanta-se uma enorme nuvem de pó, que só termina com a chegada à aldeia. Aí os caminhos estão pavimentados em paralelos.
"Estamos a falar de uma aldeia que pertence a Campelo, freguesia sede da vila", denunciaAlbertina Carvalho, cujos pais octogenários vivem na Almofrela. Esta mulher, que reside no Porto, lamenta que os 24 habitantes (19 adultos e cinco crianças) da aldeia, esperem há mais de 30 anos pelo alcatroamento dos três quilómetros de acesso da estrada principal à aldeia.
Albertina Carvalho referiu que só agora chamou a atenção para o problema, ao JN, porque, num dos fins-de-semana de Julho, Almofrela ficou isolada devido a uma prova de moto4. A organização ter-se-á esquecido de avisar que, entre as 9 e as 18 horas, iam fechar os acessos, impedindo a entrada e saída - e os pais idosos de Albertina necessitavam de cuidados.
Fonte da Câmara Municipal confirmou a autorização da prova, mas explicou que a organização, Motor Clube do Marco, "tinha prometido fazer corte de trânsito apenas em estradas secundárias, por escassas horas, nunca as nove horas que se verificou, o que lamentamos. Na aldeia, habitantes dizem que nesse dia ficaram impedidos de por exemplo de pastorear o gado, mas também de entrar e de sair da aldeia".
"A GNR só nos dizia que estava a cumprir ordens", explicou ao JN, Ana Maria, com um molho de erva para o gado à cabeça. Ao lado a mãe, Gracinda, 79 anos, atestava que a filha que, " andou a estudar com o Sr. Presidente da Câmara", "vai falar com ele", José Luís Carneiro, "para que isto não se repita, porque ela esteve todo o dia no carro à espera de entrar na aldeia", explicou.
A Câmara explica que se trata de um caminho de montanha que é nivelado duas vezes por ano pelos serviços técnicos da autarquia e que a sua pavimentação, a acontecer, terá que ser equacionada a nível intermunicipal, visto que abrange três municípios - Baião, Marco e Amarante.
Fonte municipal negou que o presidente da Câmara tenha prometido em algum momento a pavimentação do caminho municipal.