PS quer "continuar a mudança" e PSD acabar com "gestão absolutista" em Paços de Ferreira
Humberto Brito quer resgatar a concessão de água em Paços de Ferreira. Alexandre Costa aponta para a habitação.
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Quando foi eleito presidente da Câmara de Paços de Ferreira, há oito anos, pelo PS, Humberto Brito acabou com um ciclo de 37 anos de governação do PSD. Nas últimas autárquicas, foi reeleito com 64,76% de votos, elegendo mais um vereador, e recandidata-se a um terceiro e último mandato, para "continuar a mudança positiva". Mas a recandidatura não foi isenta de polémica, com a distrital do partido a avocar o processo autárquico devido "à conflitualidade interna" entre o candidato e a comissão política. À procura de recuperar o município, os social-democratas apresentam Alexandre Costa, líder da Concelhia do PSD, como candidato. Em 2017, o partido ficou-se pelos 29% dos votos.
Na corrida estão ainda o empresário João Paulo Carvalho, pela CDU, a advogada Cátia Teixeira Santos, pelo Chega, e o advogado Ludgero Pereira, um independente apoiado pelo CDS-PP.
Sobre o trabalho feito, o recandidato pelo PS diz que a maior conquista foi "alcançar o equilíbrio da Câmara em termos financeiros, com uma redução da dívida em cerca de 35 milhões de euros". "Se assim conseguimos garantir refeições e transporte escolar gratuitos para os alunos até ao 12.o ano, sem dívidas teríamos conseguido fazer muito mais", defende. Humberto Brito adianta várias medidas concretas caso seja reeleito, como, por exemplo, 500 euros para cada recém-nascido; voltar a ter serviço de urgências noturnas no concelho; construir a nova Escola Profissional, o Centro Tecnológico do Mobiliário e a Casa das Artes de Freamunde; e apostar na adesão à Área Metropolitana do Porto. "As nossas prioridades serão remunicipalizar a concessão da água, trabalhar para que os munícipes não tenham de pagar pelos erros cometidos no passado na PFR Invest e continuar a reduzir a dívida municipal, sendo que no primeiro trimestre de 2022 saímos do Fundo de Apoio Municipal", afirma.
Sobre o principal adversário e a oposição, limita-se a lamentar "que a campanha esteja a ser feita com base em críticas e ataques muitas vezes pessoais".
Já Alexandre Costa critica a "gestão corrente", com "falta de planeamento e visão estratégica" deste executivo. Fala ainda de uma "governação absolutista, fechada num único gabinete", de "perseguições" e de uma "cultura de medo" instalada.
O candidato destaca que Paços de Ferreira perdeu população, por ser incapaz de fixar os jovens. Para contrariar a tendência, propõe-se a apostar num "pacote" de medidas com formação adaptada ao tecido empresarial e captação de um polo de um politécnico para o concelho; criação de parcerias com privados para construção de habitação a custos controlados; oferta de um cheque creche de 900 euros nos primeiros três anos de vida da criança e do primeiro kit de iniciação ao desporto; e criação de zonas de acolhimento empresarial. Alexandre Costa defende ainda que é "fundamental" avançar com a revisão do Plano Diretor Municipal e com a criação de uma bienal do mobiliário.
Quanto à água e saneamento, alega que tem de haver diálogo entre a Câmara e a concessionária "sem olhar a benefícios políticos, como aconteceu até agora", e uma sensibilização para a ligação à rede.