<p>O PSD acusa o socialista José Mo-ta de ter criado uma polémica em volta das eleições de dia 11, que perdeu para Pinto Moreira, de forma a desviar atenções de uma ocultação de dossiês que poderá estar em curso. </p>
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Em conferência de imprensa realizada ontem, o líder da Comissão Concelhia do PSD, Vicente Pinto, disse acreditar que o ainda presidente da Câmara, José Mota, apresentou um recurso ao Tribunal Constitucional, "baseado em acusações infundadas", pedindo a nulidade do acto eleitoral, "numa tentativa desesperada de ganhar tempo para levar a cabo uma ocultação de provas que poderiam ser descobertas na auditoria já anunciada como uma das primeiras medidas do PSD mal chegue à Câmara". "Trata-se de um acto de alucinação de alguém que não sabe como ocultar o que andou a fazer na Câmara durante 16 anos", criticou.
"Foram várias as pessoas que vieram ter comigo e com o presidente eleito, Pinto Moreira, a dizer que viram pessoas próximas do sr. José Mota e ele próprio a transportarem da Câmara sacas e pastas de papéis para viaturas", explicou Vicente Pinto. "Quero acreditar que se tratam de meros papéis pessoais, mas temo que não o sejam", continuou.
Questionado sobre o assunto, José Mota foi peremptório: "Nunca fiz parte do jogo da bolha e, pessoalmente, em matéria de seriedade, peço meças a esses senhores". "Papelada? Não existe qualquer papelada que me comprometa. A papelada que existe não foi a lado nenhum, continua no mesmo lugar", assegurou.
Já sobre as alegadas irregularidades (ver caixa) que terão ocorrido durante o acto eleitoral e que serviram de base ao PS para o referido recurso ao Tribunal Constitucional, Vicente Pinto foi igualmente categórico: "Acusar delegados de mesa e presidentes de mesa de terem tido a oportunidade de furtar votos e noutros casos de acrescentar votos, é sinal de que o Sr. José Mota não conhece o concelho que liderou estes anos todos. Espinho tem tradição democrática, onde nunca antes se deram episódios destes". "Espinho não é uma aldeia perdida do Seará brasileiro", ironizou.
Sobre o facto de alguns presidentes de mesa não terem entregue os boletins de voto à PSP como era suposto, Luís Montenegro, presidente eleito da Assembleia Municipal, fez notar que "era tradição desde sempre levar o material eleitoral devidamente lacrado para a Câmara".
"As contagens feitas nas assembleias de votos e presenciadas, em cada uma delas, por cinco elementos da mesa e delegados de todos os partidos coincidiram com a contagem depois feita na Assembleia de Apuramento Geral", frisou Vicente Pinto. "Cumpre dizer que nenhum dos presidentes de mesa em causa é do PSD", concluiu Luís Montenegro.