Atual autarca elege saúde e turismo como prioridades. Concorrente quer saber das contas e atrair empresas.
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PSD e PS acumulam seis vitórias cada um em eleições autárquicas desde 1976 no Peso da Régua. Mas neste milénio, os socialistas só venceram o sufrágio de 2001. Manuel Costa Monteiro, que cumpre o segundo mandato como presidente da União de Freguesias de Peso da Régua e Godim, pretende inverter a tendência dos últimos anos liderando, pela primeira vez, a lista rosa à principal cadeira do Município. Enfrenta José Manuel Gonçalves, eleito presidente social-democrata da autarquia em 2017, com 55,14% dos votos (o PS teve 38,91%).
O poder na Câmara de Peso da Régua deve continuar a discutir-se entre sociais-democratas e socialistas. O CDS/PP já não avançou em 2013 e 2017, e este ano ainda não anunciou candidato. A CDU candidata-se sempre desde 1989, mas o melhor que conseguiu foram os 4,16% da votação obtidos em 2013. Ainda não é conhecido o nome do cabeça de lista. O BE concorre à Câmara, este ano e pela primeira vez, com uma candidatura liderada por Enara Teixeira.
Se for reeleito, José Manuel Gonçalves quer concretizar os projetos que estão em andamento, já com "financiamento garantido", embora ainda "presos por procedimentos administrativos no Tribunal de Contas". Destaca a "reabilitação do Hospital da Régua para o transformar numa unidade de saúde que dê resposta às necessidades dos reguenses" e também ambiciona "potenciar a revitalização das Caldas do Moledo".
O candidato do PSD quer aproveitar a "dinâmica do turismo no Douro" e convertê-la numa "mais-valia", tendo em conta que confluem no concelho as vias rodoviária, ferroviária e fluvial. Estender a ciclovia da Régua, junto ao rio Douro, "da Barragem de Bagaúste até às Caldas do Moledo" é outro dos objetivos a pensar na atração turística.
Na linha da frente
José Manuel Gonçalves promete ainda continuar na "linha da frente" a bater-se pelo que diz serem "três projetos de coesão territorial" na região duriense: A "requalificação, eletrificação e ligação a Espanha da linha ferroviária do Douro", a "conclusão da melhoria do canal de navegação fluvial" e, como "só pode haver turismo se houver sustentabilidade na viticultura", a "revitalização da Casa do Douro para dar resposta aos problemas e desafios dos agricultores".
Tal como José Manuel Gonçalves, Manuel Costa Monteiro também promete estar atento às necessidades de quem foi mais afetado pelo impacto da pandemia. Mas se vencer as eleições, a primeira coisa que o seu executivo socialista vai fazer é "uma rigorosa auditoria às contas da autarquia". Quer "saber, com todo o rigor, a verdadeira situação financeira", prometendo "uma política de transparência e verdade".
O candidato socialista critica o executivo do PSD porque "não conseguiu alavancar o município, nem afirmar as suas potencialidades". Entende que "está estagnado e desigual", já que "as freguesias rurais estão totalmente esquecidas e a cidade é incapaz de se transformar e de se adaptar aos desafios do século XXI". Daí que o objetivo de Costa Monteiro seja "atrair investimentos e apoiar empresários e empreendedores", "para criar emprego, fixar população e atrair novos talentos".