O deputado eleito pelo PSD, Adão Silva, que ocupava o cargo de presidente do grupo parlamentar na legislatura que chegou ao fim, defende que é preciso esclarecer a votação no distrito de Bragança, onde o PS ganhou as legislativas por uma margem de 15 votos.
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Em termos percentuais, os dois partidos alcançaram resultados semelhantes e apenas separados por apenas duas centésimas: 40,30% para o PS (26 495 votos) e 40,28% para o PSD (26 480 votos).
Adão Silva admite "algumas perplexidades" e diz que o pedido de recontagem de votos "é uma possibilidade, mas ainda não está definido".
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Na apresentação de resultados das eleições este domingo, cerca das 21.10 horas, o PSD estava a vencer por 63 votos, e faltava uma freguesia por apurar, segundo a informação do Ministério da Administração Interna (MAI) e da Comissão Nacional de Eleições (CNE), mas passado algum tempo e ainda com uma freguesia por apurar, a vantagem dos sociais-democratas passa a ser de apenas um voto sobre o PS. "A freguesia por apurar era Olmos, no concelho de Macedo de Cavaleiros, onde o PSD perde por sete votos. Se tínhamos 63 e perdemos por sete dava 56. Se só tínhamos um de diferença, só deveríamos perder por seis e não por 15. Nós achamos que a Comissão Nacional de Eleições devia esclarecer o que se passou com os dados que eles introduziram", reconheceu o presidente da Comissão Política Distrital do PSD, Jorge Fidalgo.
A distrital do PSD ainda não decidiu se vai avançar para um pedido de recontagem da votação em Olmos, mas quer "saber que se passou", afirmou Jorge Fidalgo, garantindo que têm o print da informação.
Quando são apresentados os totais do distrito, ao fim da noite, a vantagem dos socialistas é de 15 votos sobre o PSD, o que permite aos socialistas eleger dois dos três deputados do círculo eleitoral de Bragança. O outro deputado foi eleito pelos sociais-democratas.
Adão Silva admite que "a perplexidade" é a diferença de informação a certo momento da noite eleitoral, quando faltava apurar uma freguesia no distrito de Bragança, que seria Olmos, no concelho de Macedo de Cavaleiros. "Como é que de uma diferença de dados do Ministério da Administração Interna, que fala 63 votos, passado um pouco cai para um voto. Como é que mantendo-se os dados das freguesias por apurar, que seria Olmos, a diferença cai de 63 para um voto [em Olmos o PSD perdeu por sete votos para o PS]. A maior perplexidade é antes de apurar os resultados na freguesia de Olmos, cujos dados ainda não estavam lançados, nem contabilizados. Se mantivesse os 63 da primeira informação do MAI, os 15 votos que dão vitória ao PS não superavam a diferença", refere Adão Silva.
O PSD quer que a CNE e o MAI esclareçam "se houve erro humano ou informático ou se mandaram a votação de outra freguesia e depois corrigiram" e depois decidirão se pedem a recontagem de votos. "O problema é anterior aos dados da freguesia de Olmos. O que é que entrou no sistema para que houvesse uma alteração de 63 votos para um de diferença. Deve haver um rasto informático que devia ser analisado", acrescentou Adão Silva.