Ansiedade e depressão prevalecem, mas também há casos de automutilação e tentativas de suicídio. Serviço está a ensinar pais a auxiliarem os filhos.
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O serviço de psiquiatria da infância e da Adolescência do Centro Hospitalar de Leiria está a acompanhar cerca de 500 pacientes com problemas do foro mental. Na tentativa de ajudar os jovens a superar os problemas, relacionados sobretudo com ansiedade e depressão, estão a ser promovidas sessões com os pais. Falta de assertividade, de regras e limites, e de afeto e carinho são os principais temas trabalhados por uma psicóloga e uma enfermeira especialista em saúde mental, durante 12 sessões, revela ao JN Graça Milheiro, diretora do serviço. O treino vai ser alargado a pais de crianças entre os dois e os oito anos.
"Os pais chegam a casa e agarram-se aos telemóveis. Há cada vez menos disponibilidade emocional para ouvir os filhos", explica Graça Milheiro. "A casa pode estar cheia de gente, mas os jovens sentem-se sozinhos, desamparados e com uma autonomia muito precoce, o que lhes causa ansiedade e depressão", assegura. "As famílias são cada vez mais desorganizadas e os pais nem se apercebem da falta que fazem."